Por: Adolfo Breder
Na minha infância mineira, o período eleitoral era uma festa. Meu pai, funcionário público, não se envolvia com as falações. Mas seu olhar e as concessões, para que as filhas e os filhos participassem acumulando em casa e distribuindo santinhos, deixavam claro sua ética profissional e cidadania latente. Por aí fomos caminhando. Vendo o fim da ditadura, o primeiro Vice assumindo a Presidência com cara de velório – e assim continuando, ninguém esquece o primeiro impeachment do arrogante colorido, o primeiro operário a mandar geral nos patrões e a primeira mulher a comandar o país.
Por enquanto basta de tanta novidade, não é? O tempo dos primeiros em tudo já passou. Agora queremos que nos represente sem segundas intenções. Basta termos o que sempre precisamos: representantes em todos os níveis que falem com a nossa voz.
Começou em todo Brasil a campanha eleitoral. Intencionalmente reduzida. Ridícula. Hegemônica. Imagino o que tem acontecido aí na sua cidade! No Rio de Janeiro, o primeiro debate foi frouxo sem o Freixo, segundo colocado nas pesquisas. Um dos votos contra a sua presença foi do menino mau, que se sentiu mal nos braços do pai.
Já viram no final das peças radiofônicas a voz acelerada do locutor citando as legendas coligadas? Faz lembrar os anúncios das montadoras citando seus direitos ao final dos CHAMADOS DE RECALL. A gente não entende nada, mas cumprem a lei.
Pera lá: Nós queremos entender tudo! O porquê de tudo que está acontecendo. Lava-jato, Impeachment II, Cunha flanando por aí, pressa para ir à China com terno novo...
Durante o tempo todo nós estamos nas mãos deles. Mas nestes quarenta e cinco dias de campanha e na hora de apertar os botões da urna eletrônica, eles estão LITERALMENTE NAS NOSSAS MÃOS. Tempo estreito, uma fresta, mas é por ele que vasa, ou melhor, extravasa nosso grito por cidades, estados e um país para todos!
Foto: do autor: Cinelândia, Rio de Janeiro.
Música citada: https://www.youtube.com/watch?v=Se9XYKHQi3Y
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