Por Guilherme Henrique Pereira
O pós eleições é um periodo de avaliações e projeções de consequencias e vantagens/desvantagens que cada grupo político acumulou para a próxima eleição. Muitos decepcionados votaram nulo, branco, ou simplesmente desinteressados nem compareceram. Esse contingente já chegou a cerca de um quarto dos eleitores.
A desgraça de um partido, transformou-se em desastre para os partidos ditos progressistas. A direita cresceu em tamanho e organização. O comportamento antes tão comum de muitos esconderem sua opção de direita está desaparecendo. Claro, os tipos que antes se declaravam causavam espanto, como é o caso do ultraradical Bolsanaro, defensor inclusive da violência. Por alguma razão isso não assusta mais, e virou chique se dizer de direita e bater panelas.
Algumas avaliações são incontestáveis, como é o caso da afirmação de crescimento do PSDB e do PMDB puxando também alguns outros pequenos que sobrevivem na órbita deles. Isso era esperado pois já estava detectada a maior organização da direita brasileira, seguindo o que parece acontecer no resto do mundo.
Sobre outras avaliações pairam dúvidas. Esse é o caso da afirmação de que o Governador de São Pulo ficou mais forte em seu projeto de se tornar presidente em 2018. O mais provável é uma administração Dória abaixo da média que os paulistas estão acostumados, fato que puxaria seu padrinho para baixo. Também surpreendeu que um governador com administração sofrível e mal avaliado, tenha conseguido alavancar um afilhado. E é por conta de sua própria atuação que Alckmin não será viável em 2018, fato que não poderá ser mudado por uma boa administração na cidade de São Paulo, principalmente porque improvável alcançar o suficiente para tal repercussão.
O PSOL se destacou entre os pequenos partidos e vem se colocando como opção para os outrora petistas de carteirinha ou apenas simpatizantes, mas hoje formando o grande contingente de insatisfeitos. Hoje com possibilidade alta de eleger em segundo turno o prefeito da segunda maior cidade brasileira. Tudo indica que esse partido continuará crescendo nas próximas eleições. Ficou sem concorrente para o projeto de liderar na faixa da esquerda.
O PSB que apresentava algum potencial para jogar nesse campo abriu mão dessa condição na medida em que assumiu certas posições na ânsia de forçar a candidatura presidencial. De lá para cá foi definitivamente colonizado pelo campo à direita e pior caiu na vala comum dos sem marca programática. Já tem até senador indiciado. Ocorre que esse campo já estava congestionado de siglas e não tinha mais votos para quem chegou em definitivo muito perto do pleito. Diminuiu de tamanho e o desastre não foi maior porque em São Paulo, o PSB se tornou auxiliar de Alckmin e elegeu neste estado mais prefeitos do que tinha. No total caiu de 434 para 414 prefeituras. Disputará segundo turno em 9 cidades, portanto, sem chances de mudar o quadro de encolhimento.
O REDE com seu confuso processo de constituição só se viabilizou no cartório eleitoral porque abriu mão de critérios para filiação e, por conta disso, não construiu a identidade pretendida o que resultou na eleição de apenas 5 prefeitos, um fracasso em relação as pretensões para alavancar a candidatura presidencial em 2018. Fracassou também na pretensão de ser liderança no campo progressista.
Alguns outros partidos pequenos, como o solidariedade, foram bem e marcaram posição no campo conservador que escolheram para ficar na sombra dos grandes dessa faixa.
A próxima eleição em 2018 continua como grande incógnita e preocupante pela falta de liderança capaz de apresentar um projeto novo para o Brasil que mobilize os eleitores. A menos que Moro fracasse em sua obstinada idéia de prender o Lula, neste caso mobilizando e indo de projeto velho mesmo.
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