Por Adolfo Breder
Não estamos em tempos de omissão. Estamos numa encruzilhada. A turma do poder busca fazer mudanças com a agilidade, enquanto, afogado na torrente de informações contraditórias, o povo está confuso e confundido.
Não é uma questão de mera simpatia por este ou aquele modelo de governo. Estamos falando de acesso a um futuro melhor para todos ou um retrocesso à sociedade em que “alguns são mais iguais do que os outros” (citando George Orwell in “A Revolução dos Bichos”).
Estou abismado de ver escolas que incentivam a competição desmedida desde a infância. Não educam. Treinam. Já na primeira fase do Ensino Fundamental, as crianças têm exames simulados de concursos, onde devem marcar o xis no alvo certo. São incentivadas a acertar o gabarito. São Enformadas.
Os apressados do poder querem um modelo de ensino em que a crítica não esteja em primeiro plano. Ou melhor, ela não está nos seus planos. Uma escola destroçada, partida, de pessoas facilmente manipuladas. A eles não interessa a diversidade de opiniões sobre que caminho seguir. Eles vêm com a pauta pronta, de poucos para poucos.
Os estudantes ocupam suas escolas para demonstrar sua insatisfação com o descaso e com a clara intenção de se manter a elite economicamente dominadora conduzindo nossos destinos. Seja a classe média indecisa, a maioria popular ou, de modo geral, todos de bom senso precisam conscientizar-se do poder dos seus votos e opiniões na transformação da nossa realidade. E, constantemente, de acompanharem com atenção o desempenho dos escolhidos representantes.
Nossas escolhas não são meros prognósticos a serem conferidos nas manchetes dos diários, após sorteios de uma loteria cidadã. Não são simulados concursos para uma vaga no clube dos vencedores. Quando fazemos nossas escolhas, nós pulamos de corpo e alma para seus caminhos e interagimos integralmente com elas e suas consequências. Vencer pode ser o começo ou o fim de uma história de progresso social. E se a opção for omitir, alguém escolhe por nós, meros barcos à deriva!
Foto: do autor: Escola ocupada - Rio de Janeiro – abril/2016.
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