Além de buscar evidenciar o impacto da inflação sobre os salários é
relevante considerar índices que mostram como este fenômeno tem
atingido a economia como um todo. Para avaliar esse tipo de impacto um
bom indicador é o IGP-DI. Neste caso se percebe uma taxa acumulada de
5,53% até agosto de 2015, percentual superior ao do mesmo período de
2014(1,60%). Analisando separadamente os componentes do IGP-DI, o IPA,
que mede a inflação nos preços ao produtor, teve aumento de 4,47% no
período analisado, ante - 0,14% em 2014; o IPC, que mede a variação de
preços para o consumidor, foi o que mais variou (7,22%, ante um aumento
de 4,42%até agosto de 2014), enquanto o INCC, um índice de inflação para
a construção civil, variou 6,39% (contra 6,04% registrado em 2014).
Esses números explicitam que existe de fato pressões inflacionárias
em curso no país mas que estas são muito mais uma consequência de uma
situação localizada de reajuste de tarifas de energia bem como a ameaça
proveniente da desvalorização cambial. A primeira pressão é fruto de uma
política excessivamente prolongada de repressão dos preços implementada
pelo governo federal com vistas à ativação do crescimento da economia
além dos problemas generalizados no abastecimento dos reservatórios de
água da matriz energética pela falta de chuvas. E a última tem sido
provocada pelo quadro econômico mundial desfavorável e sensível
instabilidade política no país.*Publicado também em Folha Diária.
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