Por: Alex Breder
Eu já estava do lado mesmo, encerrando um tempo de trabalho em Brisbane, Austrália, aí pensei: “Por que não conhecer esse país tão diferente a 4 horas daqui? ” Mal sabia o que me aguardava pela frente... Tinha bem poucas informações sobre o país, nunca fui do tipo afeito a esportes, muito menos radicais como o bungee jump, mas alguma coisa me chamava para “desbravar” aquelas terras dos “kiwis” (apelido dado aos habitantes da Nova Zelândia).
Após quatro horas de voo, desembarquei em Auckland, que não é a capital, mas é a cidade mais conhecida e badalada da Nova Zelândia. Logo de cara, senti o choque cultural de uma forma nada suave: o sotaque do motorista do taxi me fez pensar se eu realmente havia aprendido inglês alguma vez na vida...
Bem, tenho que confessar: eu ainda tinha uma ponta de preconceito com vinho branco... Mas, realmente o país tinha surpresas para me ensinar...
Em uma overdose turística e enófila, resolvi visitar 5 vinícolas em um só dia, afinal eu ia só degustar mesmo, não ia beber de fato... E foi aí que eu me deparei com o cuidado da produção com uma cepa que eu havia apenas experimentado algumas vezes, mas não conhecia de verdade: Sauvignon Blanc!
Hoje tenho por certo que dificilmente beberei um Sauvignon Blanc melhor dos que os produzidos na região de Marlborough, na ilha do sul da Nova Zelândia. São muitos produtores, diferentes abordagens, histórias, vivências para com a cepa, que basicamente apresenta um vinho de frescor inigualável, com toques cítricos, às vezes caprichando no maracujá, para se degustar a uma temperatura por volta de 6 a 8 °C.
E aí chegamos onde eu creio que precisamos, levando-se em conta as altas temperaturas que enfrentamos Brasil a fora, principalmente com a proximidade do verão agora pela frente: precisamos perder (se é que ainda temos) todo e qualquer preconceito com os brancos e os rosés!
Há um leque muito variado de sabores, estruturas e bouquet que podemos adentrar degustando brancos e rosés! Vale a pena tentar e, para aqueles que já são consumidores, explorar ainda mais!
Os sauvignonblanc apresentam o frescor, a acidez mais elevada, o vinho leve, despretensioso que vai tão bem com canapés, frutas secas, frutos do mar, etc.
Mas há também os brancos mais frutados, como o torrontés argentino.
Em termos de rosés, temos os mais frescos e ácidos, como os verdes rosés portugueses e os mais frutados como os franceses do Rhône, por exemplo.
E para quem gosta de mais estrutura e talvez tenha desenvolvido o preconceito com brancos e rosés exatamente pela suposta falta dela nesses vinhos, há os brancos com passagem em carvalho, principalmente da cepa Chardonnay, que apresentam bela estrutura e já devem ser harmonizados com algo mais encorpado em termos de pratos.
Para finalizar, ficam minhas sugestões, embora saiba que dependendo da região não encontramos as mesmas marcas e vinícolas nos fornecedores locais:
Brancos:
Rosés:
Publicado também em Folha Diária.
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