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31 MAI. 2016

Loucos pela Política, Desinteressados Pelos Problemas



Aylê-Salassié F. Quintão *        


          
“Sou louco pelo poder, seduzido pelo poder... É para isso que eu vivo.” A declaração não foi de Temer, não foi do Renan, não foi da Dilma ou o do Lula. Foi de Ulysses Guimarães, o dom Sebastião do PMDB, numa entrevista a jornalista Sylvia Popovich.  Procurava ela uma explicação para   insegurança dos cidadãos diante das atitudes dos políticos.  Com a orgásmica  resposta, Ulysses revelava a vocação de um grupo de pessoas que circulam pelo Poder do Estado,  pouco sensíveis aos problemas da corrupção, dificuldades na Previdência, preocupação com os  índices da inflação, com o salário mínimo, com o emprego e o desemprego. Uma patologia,  supostamente benigna, mas, no fundo, indiferente aos problemas vividos pelo País e pelos indivíduos no seu cotidiano. No fundo incorpora o raciocínio daquele ditador, segundo o qual “A morte de uma pessoa é dramática, a de milhões é apenas uma estatística.”       

             De Ulysses para cá o Brasil viveu várias crises, mas parece que nada mudou. Os políticos distraem-se com  elas, enquanto a população angustia-se desorientada. Nem Temer, nem Meireles, nem Aécio, nem a esperta Marina falou ainda ao coração dos cidadãos. As diretrizes do novo governo  não são suficientes para prever o que pode acontecer.  Mesmo porque  é de difícil para o homem comum compreender  porque Temer é acusado de  “ não ter legitimidade”, Dilma de ser impedida de governar, Jucá de ter  atentado contra a Lava Jato, oitos ministros com processo na justiça governarem o País. Como digerir o fato de Gilmar Mendes ter devolvido ao Ministério Público a investigação sobre Aécio,  Sergio Machado e outros continuarem a fazer  lambança, metade do PMDB  não fechar com o Governo? Confunde também partidos como o PSOL, Partido Verde e o Solidariedade  não enxergarem a corrupção que o Tribunal de Contas denunciou, nem conseguirem explicar o déficit orçamentário, anunciado inicialmente em R$ 24 bilhões, e que foi oficializado em R$ 170 bilhões. São situações e valores tão extraordinários que não dá, sequer  para imaginar a sua materialidade monetária. É o mundo da Política.

           O cotidiano da vida política parece algo tão confuso que o cidadão termina por sentir-se desamparado  e, ao mesmo tempo, inibido .  De tal forma  que  o indivíduo  evita emitir opiniões políticas (Noelle Neumann) para se preservar, diante do imponderável.  “A vida voa na sua cara, esbarra no seu rosto, suja sua vaidade, corrompe suas certezas, e você não pode fazer nada, a não ser lavar o rosto e começar tudo de novo” (Tati Bernardi).O homem comum precisa conhecer  como funciona a política na cabeça dos políticos.

          Apesar do “contrato social” – relação de interdependência e confiança entre a sociedade e o governante, o político -  as expectativas dos cidadãos estão colocadas no que se chama de Políticas Públicas, que não é a mesma Política a que se referiu Ulysses. Há uma clara distinção entre a Política como a disputa e conquista do Poder do Estado  e a política como  espaço de gestão dos problemas da sociedade por meio das Políticas Públicas. São dois institutos  ligados entre si, porém distintos.

           A Politica tem como motivação imensos privilégios que transformam em autoridades cidadãos comuns em membros do Legislativo, do Executivo ou do Judiciário (os Três Poderes). Entre suas prerrogativas passa a desfrutar do  poder de coersão  sobre a sociedade, de manuseio do dinheiro, do patrimônio e dos cargos públicos,  da gestão das forças armadas  e da soberania nacional ante outros estados. Daí a insistência em tomar ou permanecer no Poder.  Para ampliar a base de apoio, o político seduz  colegas  e até inimigos, a maioria das vezes com dinheiro público. Político profissional, Ulysses justificava-se, definindo a Política como um “ espaço  de entendimento e de confronto para a tomada o Poder”
   
            Então tem-se, de um lado, a Política, essa figura tresloucada e orgásmica e lá dentro, na pluralidade segmentada do Executivo, as Políticas Públicas. São elas  que dão  materialidade as ideologias partidárias e aos sonhos exclusivos de alguns indivíduos no Poder: política  agrícola, de educação, de saúde, de economia, de transportes e outras. São áreas que exigem conhecimentos qualificados, para as quais os políticos  são atraídos devido aos recursos envolvidos em cada uma. Disputando avidamente  os cargos de gestores:  ministros, presidentes, diretores, assessores. Esses cargos premiam frequentemente pessoas que não tiveram o respaldo das urnas.

            Seria ideal que as Políticas Públicas estivessem desvinculadas da Política enquanto espaço de luta pelo Poder. O nosso presidencialismo é um suicídio: um dia você tem um presidente socialista, um progressista;   no outro, um conservador, um liberal. Uma descontinuidade sistêmica. Isso confunde a população, as Políticas Públicas e os próprios políticos.   Seus reflexos tanto podem ser favoráveis aos empoderados e seus cúmplices na sociedade civil, como pode refletir negativamente sobre a imagem do Estado e a estrutura da sociedade. Assim, pensar num parlamentarismo talvez não seja uma ideia tão esdrúxula.

*Jornalista, professor. Doutor em História Cultural.

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