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21 OUT. 2016

Banda sonora 2: Diálogos, Ruídos e a Trilha Sonora

o som como perfume de excelência.

  Por Túlio Bambino


Então você recebe uma ligação de número desconhecido e do outro lado, aquele amigo ausente desde sei lá, os bons tempos de colégio, se apresenta. Ele pergunta como você tem passado e na busca da memória você lembra que sua banda preferida já fez três “last tours”, seu time já perdeu dois campeonatos brasileiros, aquela menina do vôlei linda, quem diria, comanda um escritório de advocacia e você está ali, conversando com o Tony Biltre. A conversa descamba para uma oportunidade única de negócios e você se toca que o chamado do seu amigo vai te colocar em uma corrente de vendas de produtos cosméticos, ou te vender um frasco de perfume tipo Azzaro. Você declina, se esquiva daqui e dali, mas acaba marcando aquele encontro no Centro, terça que vem.

Retomando o post anterior, já sabemos que o cinema não precisa ser falado para ser compreendido (veja qualquer coisa do Dziga Vertov, por favor). Nos dias de hoje o som possui importância fundamental tanto na dimensão de entretenimento espetacular do cinema, quanto no aspecto puramente artístico da fita nossa de cada final de semana. Um bom filme tem de impactar como um todo e o som é uma dimensão que faz você imergir na trama, no clima sensorial e no espetáculo em si. O aparato sonoro de uma boa sala escura garante a sua necessidade, por maior que seja sua TV esperta e o seu cardápio de filmes sob demanda disponíveis. Nem que para isso o seu volume sonoro tenha de ser da escala de um baile da Furacão 2000.

Um bom som de filme articula três ingredientes: diálogos, ruídos e a trilha sonora. A parte dos diálogos é importante, sai da boca dos atores, conta uma parte da história, mas tenha certeza de que ela mostra o caminho, mas não te coloca dentro daquela história ali na tela prateada. A ambiência, os ecos e o som do entorno do que é visto e vivido na tela é o que nos coloca lá dentro. Um exemplo bom é o ainda recente “All is Lost” (Até o Fim) de J.C. Chandor, com Robert Redford apresentando um cara numa briga pela sobrevivência solitária em alto mar. O som desse filme articula muitos Ruídos: dos pequenos acidentes a grandes ventanias e tempestades, pouca música e poucos diálogos. (Sim, já saiu de cartaz, mas ainda tem no NetFlix, recomendo ver em casa, sozinho e com o volume no talo). A trilha sonora é a música em si. Ela pode ser incidental, aquela que é feita a unha pro filme a moda Star Wars, ou inseridas a gosto do diretor como faz muito bem o Tarantino.

E quem são os caras do som? O time de captação direta na filmagem, a grosso modo possui um cara pilotando um gravador e outro com a vara de boom e outro distribuindo microfones de lapela para quem falar. Sim, tem a continuidade disso tudo, anotando o que vai em cada arquivo, mas até hoje a direção geral de um filme manda o som ir antes de vir o luz, câmera e ação. O Desenhista de Som é quem pensa toda malha sonora de um filme de ficção. Malha esta pensada antes, mas construída depois da filmagem em si, tudo praticamente é dublado e refeito. Sim, os filmes americanos são dublados e a gente gosta! Existem os profissionais dos ruídos, que ainda usam traquitanas, caixas de areias e travesseiros para simularem sons de exércitos, brigas e outros tantos sons que aprendemos a escutar no cinema sem discutir, ou você consegue escutar o barulho de uma tragada de cigarro com clareza maior fora da sala escura? Para o filme espetáculo é muito importante esconder essa dimensão de construção. É ela que faz você procurar hobbits no Parque da Cidade.

Lógico que existem filmes, séries e outros produtos audiovisuais sem grandes preocupações com a ambiência, valorizando muito os diálogos e a trilha sonora. Um exemplo são as comédias urbanas onde as piadas, gags e diálogos espertos são a razão de ser do filme em si. Eu sempre me sinto um tanto ludibriado depois de assisti-los, mesmo quando gosto deles. Funcionam por um tempo, mas sei lá parece um pouco com aqueles perfumes de baixa fixação.

E como nem você e nem eu conseguimos adiar o encontro de terça com Tony, separe a grana para o almoço e para um frasco de perfume tipo Azzaro.

*É carioca, filho dos anos 60. Graduado em Física na Universidade Federal Fluminense e em Cinema pela Universidade Estácio de Sá. Lutou Judô e sabe tocar bateria.
tmbambino@hotmail.com

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COMENTÁRIOS

  • Postado por: Tulio M Bambino
    23 OUT. 2016 às 15:04

    Muito obrigado pelos comentários. Essa primeira onda vai seguir nessa linha, falando dos elementos do filme e recuperando alguns filmes nem tão do momento assim. Obrigado mesmo pelos comentários e sugestões.
  • Postado por: Ricardo Coelho dos Santos
    22 OUT. 2016 às 21:55

    Ah, sim! O texto, mais uma vez, foi muito bom!
  • Postado por: Ricardo Coelho dos Santos
    22 OUT. 2016 às 21:54

    Alguns sons \"clichês\" ainda conseguem efeitos maravilhosos: coração batendo, tique-taque de relógio, passos...
  • Postado por: Danusa Neves
    22 OUT. 2016 às 11:31

    Mais uma vez achei seu comentário muito assertivo. Às vezes não prestamos atenção a detalhes tão importantes quanto o som! Parabéns!
  • Postado por: Antonio Orlando
    22 OUT. 2016 às 11:29

    Parabéns. Interessante este artigo, a respeito do som. Não podemos esquecer o som da pipoca, hem......

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