Para tudo quanto é lado que a nossa mira apontar, veremos um monte de coisas erradas para consertar. A oferta de notícias inglórias é tão expressiva e maçante, que temos que cuidar para não cair no sono letárgico da indiferença.
Não é de se esperar que os grupos de interesses mútuos, de indivíduos eleitos por nossos solitários votos, façam algo razoável por nós, a galera, o povo! Nunca fez tanto sentido o nome desses coletivos dissonantes: partidos para bem longe de suas bases; partidos, rachados na sua integridade e finalidade. A árvore que carrega os frutos da nossa estrutura política está com seus troncos apodrecidos. Está oca, sem sentido. Cada um tenta agarrar-se no que sobrou, fazendo piruetas, caretas e estripulias para a plateia. Mas estamos cansados deste insólito espetáculo. Chega. Fechem as cortinas. Apaguem os refletores. Cessem os poucos aplausos. O show tem que continuar na geral! Como já disse certa vez: Político prolixo: político pro lixo! Esse modelo perverso é viral. Reproduziu-se em escalas inimagináveis. Pro latão de lixo também nos sindicatos, associações de moradores e outras representações contaminadas pelo vil metal e degradação ética.
Se há os partidos, também há os unidos. Do lado de cá temos exemplos interessantes acontecendo. Registro meu depoimento, pois participo de algumas experiências: como o Fórum DCA - Fórum Municipal dos Direitos das Crianças e Adolescentes, Rede Local de Assistência Social e Conselho de Usuários da Tim Brasil.
As duas primeiras são redes de representantes de instituições em diálogo com o governo municipal, no estabelecimento e fiscalização das políticas públicas da nossa área. São expressões de poder local, territorial. Onde as relações da vida cidadã acontecem concretamente. Temos contato com os moradores de rua, os abrigados, os tutelados, as minorias.... É a vida corrente atrás dos cartões postais, que só vira notícia como cenário e figurante de ações de caridade ou massa de manobra de interesses descolados. Juntos representamos a sociedade civil organizada, que não aceita bonecas barbies nas ações sociais federais de fachada nem garotinhas debutantes à cata de mais gado para seu curral eleitoral.
No outro exemplo, entendemos que o celular não é mais um artigo de luxo. Aparelhos caríssimos podem ser considerados sonhos consumistas. Mas a cada dia, a telefonia móvel torna-se gênero de primeira necessidade, principalmente para quem vive isolado em guetos de direitos violados a cada rajada no meio da noite! Onde a telefonia fixa não chega! Além disso, as pessoas com deficiências visuais e auditivas passaram a ser mais incluídas comunicando-se com mais facilidade. Com satisfação posso dizer que, pelo menos na Região Sudeste, os Conselheiros compreenderam a importância do seu papel social e tem atuado na melhoria da relação justa entre os usuários e a prestadora dos serviços, com o apoio da ANATEL.
Certamente os meus queridos leitores têm outros exemplos a compartilhar. A solução de nossos problemas não pode esperar por milagreiros. Deve começar a partir de cada um. E da nossa reunião. Do diálogo de interesses e compartilhamento de soluções. A pressão tem que partir da base. Não temos que esperar pleitos nem a disposição de foros. De mãos dadas, em rede, vamos em frente. Juntos somos mais fortes!!
Foto: do autor: Salão Carioca do Livro – novembro/2016 (RJ).
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