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02 ABR. 2017

Estamos Todos Numa Fria

Aylê-Salassié F. Quintão*


As reformas não resolverão os problemas básicos do Brasil. São casuísticas, conjunturais e aparentemente provisórias. Não projetam nenhum futuro. Os efeitos das que estão em curso – previdência, trabalhista, política e até a terceirização - vão perdurar até que sejam corrigidos os prejuízos na economia e os impasses na política. Casuísmo, acredita-se pragmaticamente, de longa duração. São necessárias, sim, como “travessia”. Mas para onde?

O problema brasileiro parece ser maior, mais grave e de natureza ainda indefinida. Envolve valores e  identidade. Gradualmente, perdemos a auto-estima. As raízes estão sendo desfiguradas . Acreditando-se já globalizados, os brasileiros mantiveram apenas a preguiça macunaímica de ler e raciocinar. Daí os 7x1. Contenta-se em ironizar os tediosos debates improdutivos entre esquerda e direita, e esse espetáculo pantagruélico e indigesto que o Congresso e o Judiciário proporcionam ao País. A educação forma politiqueiros, nunca empreendedores. Os saldos do FGTS são utilizados para pagamento de dívidas, e não em novos negócios. A Nação do futuro está a  procura de empregos.

Tudo parece errante. Da conjuntura emerge um país engasgado com a politicagem, com o foro privilegiado e com a história mal contada da lista fechada. Os esforços voltam-se para a manutenção do modelo neoliberal, da preservação de uma democracia resignada, palco do cinismo e do corporativismo, tolerando-se o comportamento irresponsável de atores  sociais, cuja ação plural, sem limites, transforma o País em terra de ninguém, privilegiando velhacos e desfigurando instituições.

Naufraga-se num mar de interpretações jurídicas desvinculadas da realidade ou da responsabilidade com a Nação. Nesse cenário flutua o ideal patrimonialista acompanhado da corrupção, do caixa dois, da violência e do fracasso anunciado das políticas públicas. Nos altos escalões do Estado, salários superdimensionados continuam a ser turbinados com vantagens, num claro desafio ao futuro. Indiferentes, pequenos grupos enclausuraram-se nas estruturas de Poder do Estado, sugando a essência e a natureza da brasilidade.

Na expectativa de, “pelos menos” corrigir rumos sem interromper os fisiologismos, o Governo escorrega em inconveniências. Sugere ignorar a corrupção, condenando a transparência das escandalosos megatividades criminosas, e promete entregar aos estados e municípios a política de seguridade. São manifestações tão irresponsáveis quanto aquela de que existem dois brasis – um do Norte, outro do Sul. Corre-se o risco de resgatar autonomias e lutas regionais, desestruturando as instituições e lançando o País num tumulto, sem cronograma. Consegue-se assim perpetuar a condição de “protetorado”.

Estamos todos numa fria. Aliás, há muito tempo. Não existe projeto de governo e muito menos de País. Tudo é improvisado, inclusive os dirigentes, que emergem de oligarquias, picadeiros e de corporações de ofícios. As disputas se processam com o sentido de tirar vantagens privadas da coisa pública. Ignora-se que o exemplo de cidadania deve vir de cima, e constitui-se na base moral da autoridade.

A Nação parece estar mesmo se desmanchando”, constata o general Luiz Eduardo Rocha Paiva, doutor em planejamento e estudos militares, chefe da Assessoria Especial da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme). Tudo “é fruto de rumos desastrosos na direção política, originados de institutos populistas, gestões econômicas irresponsáveis e insustentáveis e  muita corrupção”. Para ele, o sistema educacional arrasta-se, agredido nas suas bases, desenvolvendo uma cultura exótica , que “ desfigura a formação cívica, desvaloriza a História e as tradições nacionais, enfraquecendo princípios morais e éticos, que dão alma à cidadania”, afirma. No seu entender, “a crise de valores  contamina a instituição familiar e abala a imatura sociedade brasileira”. Entende que, por meio de convicções pessoais, formadores de opinião promovem a satanização das alas conservadoras, cujo “pecado maior é entender que  o progresso útil é aquele proveniente do saber acumulado e plantado nas virtudes e nos valores”. A crise brasileira está beirando os limites. Adverte o militar que “A continuar o ritmo de deterioração econômica, moral e social, a tendência será o comprometimento da unidade política do País”. Lembra que “a unidade nacional é cláusula pétrea para as Forças Armadas”.

O Brasil embarcou tardiamente na economia de mercado, no desenvolvimentismo e na democracia plena. Nos últimos 100 anos aconteceram a revolução russa, a chinesa, a ocupação e o desmanche do leste europeu, a crise de 29, a I e a II guerra mundial, a recuperação da Europa e do Japão, a guerra do Vietnam, do Afeganistão, a do petróleo, o fim o comunismo, a industrialização, os nacionalismos, as viagens planetárias e a globalização. Nesse percurso, o Brasil tentou substituir exportações, e mal chegou lá; acreditou ser global, e já está quase fora. O lugar conquistado pelo Brasil nesse cenário foi vulgarizado, e agora é desdenhado. Perderam-se bilhões na economia, voz, voto e credibilidade em quase todos os foros. País jovem, do futuro: quem, qual, onde? A realidade parece reclamar por um projeto de Nação com outros atores, e não exclusivamente reformas.

Jornalista, professor, doutor em história cultural

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