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13 NOV. 2017

Onde erramos?


 Por Aylê-Salassié F. Quintão
 
                Para onde estamos indo? Acho que as respostas são insuficientes. Mas também, apesar da riqueza da nossa história,  não se tem clareza de onde viemos. Como o País foi conduzido até aqui? Oportunamente, darei minha versão sobre o tema. O desinteresse pela leitura de livros tem crescido tanto que é melhor pular um pouco essa história... Lula renovou o seu mandado presidencial. Lançou o Programa de Aceleração do Crescimento (2007), popularizado como PAC, com a previsão de investimentos  de R$ 500 bilhões, e da introdução de uma série de mudanças nos rumos do próprio governo. Sua proposta tinha semelhança, embora um pouco distante no formato, de um plano qüinqüenal. Procurava criar a expectativa da continuidade de mega projetos  para os próximos governos petistas. Dilma, presidente,  com uma segunda versão – não sei se melhorada ou piorada – levou-o ao descrédito. Na imprensa, os chargistas o retrataram com um labéu, batizado de  “Pac...Pac...Pac...Pac...”.

               Onde erramos? Sem uma autocrítica profunda e ampla, passamos trinta anos insistindo na narrativa de culpar a ordem autoritária, e o País  terminou por retomar no espaço da sociedade o mesmo percurso do círculo vicioso do café com leite. Introduziu formatos novos, porém sem alterar as estruturas internas,  e alguns privilégios foram  agregados por protagonistas até então periféricos. O novo populismo ensinou as massas os seus direitos, os métodos para reivindicá-los, mas nunca como administrar as fontes: as empresas e o trabalho gerador de riquezas. Fragilizou-se o Estado fiscal. Só se conhecia a expropriação e as suas mamas. A tomada do Poder não mostrava as faces ocultas da governança. Como diz o presidente do Banco Central do governo do Vice Temer, Ilan Goldfang: “Erramos muito nos últimos anos”.
 
             O modelo de desenvolvimento sob o controle da tecnocracia aprofundara o esforço para a formação, nos anos de 1970, de uma massa crítica para o País. Multiplicaram-se as universidades. Houve um momento em que somente uma empresa estatal, a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária, mantinha trezentos economistas, administradores, engenheiros agrônomos, biólogos e botânicos fazendo doutorado no exterior.  O mesmo aconteceu no campo da energia, com o treinamento de centenas de engenheiros e físicos na área nuclear. Adotou-se uma reforma de ensino médio, que introduzia a opção da profissionalização no final dessa etapa, com a multiplicação de cursos tecnológicos. Gerou-se, enfim,  uma massa crítica suficiente para repensar um projeto de Nação. O utilitarismo fez o País crescer, mas, ao banir a Filosofia das escolas, dificultou o entendimento sobre as direções a tomar.

              No entusiasmo da elaboração da Constituição de 1988, procurou-se repartir, no curto prazo,  o bolo que o economista Delfim Neto prometera nos anos de chumbo. A urbanização semeou a dissolução das conquistas no campo e os políticos dos controles das contas públicas, que, por extensão ou efeito. O multipartidarismo, abortara o regime bipartidário, oferecendo infinitas possibilidades ideológicas,  emergindo daí mais de trinta alternativas, a maioria de caráter fisiológico, fazendo emergir um número infinito de minorias, gerando uma ingovernabilidade imprevisível, pela impossibilidade de um único partido  ter a maioria no Congresso.

               Abriram-se assim comportas amplas para as negociações de apoio entre o Executivo,  os partidos e parlamentares individualmente por meio de um leque infindável de emendas parlamentares ao Orçamento que desembocou na compra direto de votos no Congresso Nacional. Criaram-se vícios até então desconhecidos, destruindo o sistema técnico burocrático pela  desqualificação das atividades de Estado. Como resultado  a máquina inchou diluindo  as diferenças entre o público e o privado que, lá atrás, Getúlio, à fórceps, procurou distinguir.

               A repressão dos militares  voltada para garantir uma ordem, acusada de positivista, foi substituída pelo aparecimento de um corpo estranho, quase que um “grande irmão” ,  o Ministério Público Federal , e pelo fortalecimento do Judiciário, que, face a degeneração política, foram juntos estabelecendo vantagens, direitos e poderes, sem os correspondentes no campo produtivo. Prendia-se hoje, soltava-se amanhã: e a insegurança se completava.  Os políticos mostravam-se desinteressados pelas novidades fiscais. Moralmente não tinham também força para combater as usurpações.

             Predominou então, a degeneração, com causas fisiológicas e opções ideológicas mal articuladas,  estabelecendo-se o caos na política, na economia e , sobretudo, nos usos e costumes, com um impacto identidário negativo nunca visto antes. Gerou-se  o que Thomas Hobbes chamou de uma "guerra de todos contra todos" (Bellum omnium contra omnes) “. Por outro lado, François Rabelais   acusou o Estado de o insaciável gigante Pantagruel.  Assim, perdemos o rumo. Não temos clareza de mais nada. Não dá para dizer mais sequer que “In god we trust”. Por incrível que pareça, é o Vice de Dilma que se propõe a dar continuidade ao PAC de Lula.

*Jornalista, professor, doutor em História Cultural

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