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Crônicas & Contos

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29 JAN. 2018

DO YOU SPEAK ENGLISH?

Por Anaximandro Amorim*

Apesar de (publicamente) apaixonado pelo francês, nunca me descuidei de estudar, ainda que com menos profundidade, a língua inglesa. As pessoas, no entanto, ficam espantadas quando digo que, praticamente, a língua de Shakespeare nunca teve grande utilidade para mim, a não ser para ler algum livro, ver um ou outro filme ou nos três (inacreditáveis) casos que só poderiam ter acontecido comigo, mesmo.

Foi em um dia de horário de verão. Dezoito horas, sol ainda a pino no céu e eu saindo do trabalho com um belíssimo panamá na cabeça.

Deve ter sido isso que chamou a atenção de dois rapazes que não tiravam os olhos de mim, vindo na direção oposta. Achei aquilo estranho. Olhei para os lados, para as possíveis rotas de fuga. Ainda havia muita gente nos arredores. Eles se aproximavam a passos largos. Não houve escapatória: pularam na minha frente e, resolutos, afirmaram: Do you speak English, don’t you? E eu, feliz por ninguém ter sacado uma faca, disse que sim e expliquei àqueles dois marinheiros da Rússia que o Centro Histórico, naquele horário, não servia mais almoço.
Outra vez, voltava de uma padaria, depois de tomar um café. Estava quase na hora de ir para a sala de aula quando um rapaz, de uns 30 anos, no máximo, moreno claro, roupa de banda de rock, me abordou, decididamente: Do you speak English, don’t you? Para encurtar a conversa, ele me disse que era do Michigan, estava no Brasil há três meses, tinha tomado o ônibus errado e queria ir da capital até a cidade de Vila Velha (próxima à Vitória). É claro que ele não era de lá. Mas o inglês era tão bom e tão fluente que ele mereceu uns trocados que eu tinha na carteira. Só faltei dar o telefone de alguma escola de teatro que eu conheço. Hollywood está perdendo um talento.

Mas o melhor aconteceu há muitos anos, quando eu ainda era estudante de Direito e morava com os meus pais. Ainda havia um terreno baldio na frente do nosso antigo prédio, refúgio de moradores de rua. Chegava da faculdade quando um deles me abordou. Desta vez, fui eu quem falou Sorry, I don’t speak portugese. E, achando ter-me livrado do homem, este retrucou, de “bate-pronto”: Amigo, please, I’m hungry! Isso, mesmo, leitor(a). Ele não só pediu dinheiro na língua de Shakespeare como me agradeceu e jurou que não era para bebida.

Como negar? Duro foi olhar para cima, aguentar ver meus pais assistirem à cena de camarote, gozando de mim e indagando: “Por que você não falou com ele em francês?”
Pois é...

*Advogado e Escritor.

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