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29 JAN. 2019

Terra Brazilis: terra de ninguém, ou todo mundo é dono disso aqui ?


Aylê-Salassié F. Quintão*


 “He’s the guy!”, ???.... Como o pragmático Bolsonaro está explicando à comunidade internacional, em Davos, o fato de Luís Ignácio da Silva ser hoje um prisioneiro, em Curitiba, condenado a doze anos, em regime fechado, por corrupção ? Há nove anos ele  recebeu, ali mesmo, o prêmio “Estadista do Mundo”. Os messiânicos fantasiaram logo a ideia de colocá-lo na Secretaria Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Na América Latina, de povo místico, cordial, mas preguiçoso, as tentativas de configurar identidades ou de assumir um posicionamento autônomo no mundo sempre fracassaram. Faltam convicções. No interior de cada país forças enormes e estranhas cruzam as nações explorando suas riquezas ou com o propósito explícito de interromper os processos civilizatórios. Perto delas, o coronelismo é folclore .

Cada governo, cada chefe político quer contar a sua própria versão da história e fazer suas predições. Com isso, estão sempre confundindo aqueles que acreditam ser possível uma avaliação séria de futuro ou descrever a direção e o ritmo em que se dá o desenvolvimento regional. Os indicadores de crescimento flutuam desigualmente entre o Chile, Colômbia, Perú, Uruguai e até pela Bolívia. Brasil e Argentina estão sempre complicando o continente, com recessões frequentes, a maioria não confessa.

Os dados oficiais carregam um caminhão de informações manipuladas pelas conveniências e pelas ideologias da vez. Daí os investidores recorrerem ao FMI ou ao Banco Mundial. Em todo o continente há uma sistemática confusão sobre liberdade, democracia e multiculturalidade. Cada um que abre a boca para explicar, complica ainda mais. Não são fake News. São dificuldades mesmo para compreender.

Estudos de política revelam que a América Latina sempre foi tratada – e aceitou - como uma terra de ninguém, embora tenha chegado a abrigar mais de 600 nações  indígenas nativas e distintas em usos, costumes e crenças. Grande parte foi destruída logo pelos invasores portugueses e espanhóis no processo de colonização. Na esteira surgiu, entretanto, no continente, um punhado de empresários e empresas inglesas, alemãs, norte-americanas, japonesas , agora chinesas, gerando ou destruindo riquezas. Era o famigerado imperialismo.

Mas, no meio dos estrangeiros, acolhidos alegres e gentilmente, podem ser encontrados muitos agindo no continente como se estivessem no país de origem:   Personagens das mais variadas nacionalidades, tipos e intenções caminhando pelas ruas. Só a Argentina de Peron chegou a abrigar, no pós-guerra, 298 oficiais nazistas fugidos. Entre eles estava o braço direito de Hitler, Martim Bormann, o próprio Eichman e outros do mesmo naipe. Paraguai, Bolívia, Colômbia, Chile, todos haviam acolhidos nazistas. Com raras exceções, eram refugiados que alimentavam a ideia de restauração do Terceiro Reich no continente e até da criação de um Quarto Reich na América. E o Brasil, com suas colônias alemãs, se viu também envolvido diretamente nisso.


Mas, esse tipo de personagem não era só alemão, nem apenas nazista. Fugido da Rússia por causa da perseguição de Stálin, Leon Trotski foi acolhido no México, onde usou e abusou dos gentis anfitriões. Ex-companheiro de Lênin, ex-chefe do exército vermelho, defendia a revolução permanente e ampla, descrevendo, com clareza, a relação entre países centrais e satélites, destacando a ideia do  imperialismo como inimigo comum. Daí a pregação da revolução proletária mundial. Suas reflexões teóricas reproduzidas na América pelo esotérico argentino Juan Posadas, espalharam um rastro insurreicional por todo o continente. Seus vestígios estão aí dando forma para algumas organizações e partidos políticos. Ele trouxe a ideia de que a tomada do Poder em uma região seria suficiente para a ocupação de todo um continente. Che Guevara iria, no fim, seguir seus conselhos. Mas, nossos marxistas-leninistas resistiram. Êles queriam fazer a própria revolução brasileira.

Nesse cenário, o Brasil sempre se apresentou como uma porta aberta para os imigrantes. Que o digam os japoneses. O Império era simpático à ideia o “branqueamento da população”. A marca mais forte por aqui foram os italianos. Do meio deles surgiram grandes empreendedores e intelectuais, como os Matarazzo, Omettto, Gazzola, Giannechini, Chiarelli, mas também Gino Meneghetti, que ficou conhecido como “o bom ladrão”, os mafiosos Tomazzo Buscheta, Marco Morabito, até chegar a tipos controversos como Cesare Battisti, membro do Partido Operário Revolucionário Italiano. Na realidade, já era condenado, na Itália,  por crimes comuns anteriores à sua filiação, e fugira.

Esse fluxo migratório terminou acolhendo por aqui, no final do Império, o contestado  chefe anarquista Giovanni Rossi (1859-1943) e seus seguidores. Ele fundou no município de Palmeira, no Paraná a primeira comuna anarquista no mundo (1889): a Colônia Cecília. Os anarquistas defendiam a substituição do Estado pela criação de pequenos núcleos  comunitários, a abolição da propriedade privada, com  a adoção da produção coletiva. A experiência durou quatro anos e, ao se desintegrar, espalhou anarquistas pelas periferias das grandes cidades brasileiras, alimentando as manifestações anárquico-sindicalistas do início do século XX, que iriam desembocar na criação do Partido Comunista em 1922, este mesmo que resistiu às investidas trostskistas.

Nossa democracia multi-étnica e multicultural nos dá a liberdade de um zoológico: cada um grita e age como quer. Ninguém se lembra dos legítimos habitantes da terra: os índios. Evo Morales, ao tratar do caso Battisti, foi quem teve maior bom senso: quem te pariu que te compre. No Brasil, a hora e a vez está com Bolsonaro. Cabe a ele dar explicações. Conseguiria? O que ele estaria prometendo em Davos?


* Jornalista, professor doutor em História Cultural, membro da Academia Nacional de Letras.

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