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28 FEV. 2020

Deslumbrante! “O Chamado da Floresta”


Por Ricardo Coelho dos Santos

Sou suspeito para falar do filme “O Chamado da Floresta”, pois, sou fã número um de Jack London. Esse escritor californiano fantástico, cujo nome real era John Griffith Chaney, teve uma vida tão aventurosa quanto os seus livros. Era um homem de grande estatura e força e traduzia suas características físicas em textos fortes, marcantes, que causaram uma louca procura por esses por parte de jovens de todas as idades no princípio do século XX. Seu primeiro livro de sucesso foi “O Chamado Selvagem” (The Call of the Wild), que veio imediatamente a se tornar um dos grandes clássicos da literatura, enaltecido inclusive pelo general inglês Baden-Powell, criador do Escotismo, uma das maiores personalidades da sua época. Foi escrito em 1903, porém, é um daqueles romances eternos, que relatam condições severas tanto da natureza como do homem.

Em geral, os personagens centrais de Jack London são homens crus, que com um modo de vida simples, superam fraquezas psicológicas. Eles confrontam condições inóspitas com a seguinte filosofia: “Se não se der o melhor de si, é morte certa!”. Não que London tenha deixado os conflitos internos de lado. Ele simplesmente mostra que ao se adotar ser o que a pessoa é, pondo a natureza como uma mestra poderosamente sábia, mas igualmente cruel, ela vive. Isso está em “O Chamado Selvagem”, em que o mimado cão Buck, cruzamento de São Bernardo com Pastor Escocês, sente seus pelos se arrepiarem ao escutar os uivos dos lobos no Alasca, o que o leva a decidir sua vida. Isso simplifica o que o escritor queria passar para os leitores.

A mesma mensagem, sob outra ótica, podemos contemplar em “O Lobo do Mar” (The Sea-Wolf) de 1904, onde um dândi da alta sociedade se transforma, à força, num marinheiro, enfrentando tempestades longas e furiosas, tendo de praticamente fazer tudo sozinho para sobreviver, sem desprezar sua extensa cultura literária e seu bom gosto pelas coisas. Em 1906, outro romance de sucesso nos leva de volta ao Alasca, com “Caninos Brancos” (White Fang), narrando as aventuras de um descendente de Buck. Seu último livro foi The Assassination Bureau, lançado após sua morte em 1916 no seu rancho em Sonoma, Califórnia, vítima de uremia.

Como hoje a população lê muito pouco e que livros para serem vendidos devem ter poucas páginas e muitas gravuras, resta o apelo cinematográfico para a juventude se encantar com essas narrativas marcantes a respeito de valores positivos. O problema é que até então, os filmes lançados com base nos contos desse escritor têm sido muito fracos. Em 1972, Charlton Heston estrelou “O Chamado Selvagem”, sob a direção de Ken Annakin. Esse diretor esteve à frente de clássicos inesquecíveis como “A Espada e a Rosa” de 1952, “O Terceiro Homem da Montanha”, de 1959, e o “Robinson Suíço”, de 1960, todos filmes da Disney, sendo que o último ainda é homenageado com uma atração nos seus parques, onde se deslumbra uma moradia toda feita sobre uma imensa árvore. Ele ainda acertaria com outros sucessos, alguns chegaram a se tornar clássicos, como “O Mais Longo dos Dias”, de 1962 e o hilário “Esses Homens Maravilhosos e suas Máquinas de Voar”, uma das boas comédias já realizadas. Porém, quando fez “O Chamado Selvagem”, errou feio, tanto no roteiro como no filme em si. Apesar da crítica ter aplaudido o desempenho de Charlton Heston, ele mesmo não gostou do trabalho final.

“Caninos Brancos”, no cinema também lançado como “Presas Brancas”, tem também uma filmografia fraca. Atores como Franco Nero e Ethan Hawke deram suas contribuições em dois dos filmes baseados no livro, respectivamente em 1973 e 1991, nenhum obtendo algum tipo de destaque. Esperamos que isso seja corrigido em breve.

The Assassination Bureau, de 1969, há até pouco tempo, foi o melhor filme baseado nos livros de Jack London. Foi dirigido por Basil Dearden, um diretor que, embora prolífico, é bem pouco conhecido. Fora o conto de Jack London, ele pode ser ainda lembrado por um clássico: Cartum, com Charlton Heston, Lawrence Olivier, Richard Johnson e Ralph Richardson. Voltando ao The Assassination Bureau, aqui no Brasil conhecido como “Sindicato do Crime”, podemos também encontrar grandes astros como Oliver Reed, Diana Rigg, Telly Savalas, Curd Jürgens e Philippe Noiret. Esse realmente vale a pena ver.

Ainda temos “O Lobo do Mar”, com uma versão lançada em 1941, dirigido por Michael Curtiz, com Edward G. Robinson, Ida Lupino e John Garfield, e outra de 1993, dirigido por Michael Anderson, com Charles Bronson e Christopher Reeve. Ao contrário dos atores, essas duas versões mais famosas são perfeitamente esquecíveis de tão fracas que foram, além de estarem fora do contexto original do livro.

E, então, nesse ano de 2020, veio o choque. O The Call of the Wild veio no Brasil com o nome horrorosamente pouco atrativo, piegas e sem sentido de “O Chamado da Floresta”. Mas é sobre o conto de Jack London e ainda com atuação de Harrison Ford. Valeria a pena ser assistido?

Sim, valeu. E como valeu! “O Chamado da Floresta” é maravilhoso. O roteiro, bem próximo ao que o autor colocara no papel, e a fotografia fantástica deixam na gente uma enorme satisfação quando se sai do cinema. Finalmente, o livro de Jack London foi honrado.

O filme foi dirigido por Chris Sanders, responsável pelos sucessos “Lilo & Stitch”, “Como Treinar seu Dragão” e “Os Croods”. Ele equilibrou com imensa perfeição as paisagens com imagens em computação gráfica. O personagem principal, que não é um humano, mas sim, o cachorro Buck, como no livro, foi interpretado por Terry Notary, transformado em imagem de computação gráfica com perfeição inimaginável. Ainda, vemos a atuação fantástica de Omar Sy e uma ponta de Karen Gillan, a Amy Pond de “Dr. Who”, que podemos ver também em “Jumanji: Próxima Fase”, ainda em cartaz!

“O Chamado da Floresta” é um filme familiar, sem, entretanto, cair no moralismo fácil. Aliás, não há nada fácil nesse filme, pois ao se ver o nível de detalhes tanto das paisagens como nas expressões de Buck, nota-se que ali a arte cinematográfica foi conduzida num nível elevado. Foi um autêntico Jack London, mesmo com algumas pequenas modificações na história original, sem, entretanto, se alterar o contexto da mensagem do livro. O que, aliás, é comum nos bons roteiros.

Para quem gosta de um bom filme, para quem ama a natureza, para quem aprecia bons desempenhos dos astros e para quem se diverte com cães, pode se dizer uma coisa: “O Chamado da Floresta” é deslumbrante!

Foto obtida na internet:
Jack London, um escritor aventureiro | Estante Virtual Blog
blog.estantevirtual.com.br. (John Griffith é o seu nome real)

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COMENTÁRIOS

  • Postado por: Fernando Macedo
    02 ABR. 2020 às 11:27

    Lembrar da obra de Jack London é sempre oportuno. Ele, de fato, manteve relação forte e até ingênua com a natureza. Citaria ainda O Vale da Lua, Antes de Adão e A praga escarlate. Este de leitura rápida e bem apropriada ao momento atual de pandemia. Como socialista, escreveu vários textos nos quais deixava sua marca ideológica, sendo Tacão de ferro o mais conhecido. Sempre desconfiei que o cão Buck é uma metáfora ao trabalhador alienado pelo capital que, para recuperar sua existência, teria de voltar ao estado natural de antes de sua dominação/domesticação. Só aí ele se liberta. Parabéns pelo texto.

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