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Crônicas & Contos

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13 ABR. 2020

UM DIA DE UMA PROFESSORA RURAL


Por Profa. Dra. Ester Abreu Vieira de Oliveira


      Dez e meia: hora da comida familiar. Onze horas: a professora recolhe a sacola com livros e cadernos, revistos à noite. Diante de um sol incandescente, abre a sombrinha e, entre os trilhos da estrada de ferro, caminha em direção à escola. Seguem-na alegres e tagarelas as crianças e o duque o cachorro da casa. Passam por pontes e pontilhões, sem cremes solares, sem protetores para o futuro da pele, desconhecendo esses cuidados.

      Meio dia: meninos e meninas, formados de acordo com a série, entram na escola e tomam os seus lugares. Depois da oração, a professora distribui conhecimentos entre os diferentes níveis: Português, Matemática, Ciências, História e Geografia do Brasil, mostrado num mapa na parede. Aos do 3º e 4º ano, a professora oferece  informações e tarefas mais aprofundadas que aos do 1º e 2º, que, contudo, aproveitam também dos ensinamentos, enquanto vão desvendando das palavras outras vidas e lugares - simbiose auditiva própria do saber humano e capacidade da mulher de direcionar a sua atenção para diversos segmentos processam-se ali.
   
     Hora do recreio. A professora não deixa de distribuir uma merenda a essas crianças, na maioria filha de colonos da fazenda. Momento de animação. Correm os meninos. Cantam algumas meninas, cantigas de roda. Sentam-se outras perto da professora para ouvir causos e doutrinamentos que modelarão os seus caracteres e farão sempre se lembrar dela.  Mas há um dia na semana para as atividades artísticas: desenho, bordados, diversos  trabalhos manuais, canto cívico e folclórico, ou a representação de uma história dramatizada.  

      Na sala, de antigas gretas, nas rústicas paredes, sente-se, ainda, o cheiro da palha de café, que da máquina piladeira fazia explodir, para amontoar-se na eira, mas dela parte vozes “Ouviram do Ipiranga”, “Qual cisne branco em noite de lua”, “Salve lindo pendão da esperança”, e risadas com encenações do Lobo Mau, da Gata Borralheira....., animações que destoam do ruído antigo produzido pela máquina tlhem..tlhem.. tlhem...
   
      Quatro horas: a aula termina para os alunos, pois a professora recolhe os cadernos de tarefas para correção em casa e o do plano de aulas. Todos têm que voltar antes de passar o trem das quatro e meia, mas a conversa entre professora e aluno continua e caminhando continua o conhecimento entre os trilhos, pontilhões e pontes.


      Esse foi o percurso por décadas de minha mãe.


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COMENTÁRIOS

  • Postado por: Maria Lúcia Grossi Zunti
    22 ABR. 2020 às 11:48

    Bacana demais o texto
  • Postado por: Lauriete Mattos Lyra de Oliveira
    19 ABR. 2020 às 22:35

    Me vi nesta história quando fui para o Interior de Linhares lecionar. Dava aulas para turmas de 1° a 4° série na mesma sala e o sol lá também era muito quente. Adorei esta história ! Parabéns!
  • Postado por: marilena soneghet
    18 ABR. 2020 às 07:29

    Comovente relato. Quando há vocação, há amor e dedicação - não importa onde e quando. Esse tipo de mestra deixa marcas indeléveis no coração da criança. Belo exemplo!
  • Postado por: RobertoVasco
    17 ABR. 2020 às 22:34

    Um passeio pelo túnel do tempo. Muitas saudades de quando o mundo era muito mais simples e ser feliz custava tão pouco. ótimo texto. Só poderia mesmo partir da minha rainha das letras, Prof. Ester A. Oliveira. Parabéns. Grato
  • Postado por: Karina Fohringer
    17 ABR. 2020 às 17:35

    Emocionante!
  • Postado por: Ricardo Coelho dos Santos
    13 ABR. 2020 às 14:47

    Embora ainda isso exista, tais bons profissionais estão cada vez mais raros. Meus sinceros respeitos à Sr.a sua mãe!

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