Por Sergio Rogerio de Castro*
Nosso portentoso país precisa se reconciliar com o desenvolvimento econômico sustentável permanente, o caminho único para que haja a tão necessária geração de oportunidades de trabalho para os que estão desempregados, desalentados, jovens que estão chegando ao mercado de trabalho. Todos, todos nós brasileiros precisamos aspirar fortemente transformar o Brasil, de eterno emergente, numa nação desenvolvida num prazo planejado, com ações e metas discutidas com toda a nação. Me parece que o momento está a exigir que o país volte a debater Diretrizes Gerais para o Desenvolvimento Nacional, como fez Juscelino Kubistchek em 1956, considerando as nossas atuais condições econômicas, sociais e políticas.
Quando falo em desenvolvimento nacional, quero me referir a ações coordenadas, alinhadas em programas de investimento público e privado com estabelecimento de indicadores de medição e metas. Não me refiro aos que foram meras intenções, mas àqueles poucos que, pós-Juscelino, tiveram resultados marcantes. Vivemos um ciclo virtuoso de desenvolvimento nacional na década de 70, durante o governo do Presidente Médici, conhecido como o “Milagre Brasileiro” onde despontou o Plano de Integração Nacional, no período de controle do país pelos militares iniciado em 1964.
Nos governos petistas alguns planos com este objetivo foram lançados, mas somente o PPI Programa de Parceria de Investimentos merece ser citado pois teve bons resultados e está mantido no governo atual.
Recentemente, o governo federal lançou o plano Pró-Brasil. Mal conduzido, não empolgou ninguém, deu uma brigalhada tremenda dentro do governo federal e morreu. Este debate precisa voltar a acontecer, ouço e leio este apelo cada vez mais.
Desde Juscelino, repito, tivemos poucos e curtos momentos de crescimento econômico acima da média mundial. Uma inflação descontrolada, juros muito altos e corrupção em níveis nunca vistos seguraram o país. É tempo de
recuperar o tempo perdido.
Recebi de estimado irmão, a obra Profeta do Desenvolvimento Exemplos e Lições ao Brasil do Século XXI, do economista Carlos Alberto Teixeira de Oliveira. Juscelino, nominado profeta no volumoso trabalho, é sem dúvida uma inspiração para que tenhamos de novo um Plano Nacional de Desenvolvimento. A obra lembra que Juscelino nunca se deixou paralisar
pelas crises políticas do seu governo. Nosso governo atual precisa minimizar as crises atuais e perseverar num planejamento indispensável.
Temos competências no país que podem ser mobilizadas para colaborarem com o governo federal. A EMBRAPA, orgulho brasileiro no setor agropecuário, acaba de apresentar o seu plano para esta década de 20. É uma parte, verdade, mas
um bom começo.
Para a elaboração deste indispensável plano existem sim muitas restrições, a primeira delas é que o governo não tem dinheiro, gastou sem ter, está há sete anos com orçamento deficitário e a pandemia do covid19 piorou a
situação. Juscelino, também tinha muitas restrições em 1956. É prioritário um plano de desenvolvimento para dar forma e rumo aos esforços que estão sendo feitos e aos muitos que ainda podem e devem ser realizados. O quadro é grave, isto precisa ficar dramaticamente claro. É inadiável elaborarmos um bom plano de desenvolvimento nacional e começarmos a implementar o que precisa e pode ser feito, urgentemente, com responsabilidade fiscal. Vamos trocar preocupações com a eleição de 2022 por preocupações com o desenvolvimento nacional. Vamos direcionar toda a energia do país para o
desenvolvimento. Fica mais fácil de sermos também mais justos.
Desenvolvidos e justos é uma aspiração de todos. Uma maior união do país,necessária, pode ser alcançada com a bandeira do desenvolvimento, um plano competente e entregas efetivas do planejado.
*Engenheiro, conselheiro da Escola de Associativismo
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