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10 SET. 2021

A moça da limpeza e o jogo das farsas



 Por Aylê-Salassié F. Quintão*


Ao ser empossada no cargo de Presidente da República, a gerentona teve incorporada iconicamente à sua imagem uma enorme vassoura. Iria limpar tudo. Afinal, tinha compromissos ideológicos programáticos fora do partido que a apoiava. Como ex-guerrilheira, tornara-se uma valentona. Entendeu, de imediato, que precisava fazer uma varredura nas estruturas do Poder, que caíra no seu colo. Mas, moralidade tinha mais a ver com heranças fascistas do que com as teses da esquerda revolucionária.  

Intempestiva, ela anunciou  publicamente a limpeza no Estado. A ação repercutiu na Procuradoria Geral da República como uma indicação para o aprofundamento das investigações da Operação Lava Jato. A vassoura parecia de palha mais fina. Acompanhando os rastros dos ratos, foi-se levantando o tapete, gerando prisões de deputados, senadores, governadores e até de antecessores.

  Quem viera imediatamente  antes da gerontona fizera uma serie de trapalhadas, associando-se a grandes empresas privadas, procurando confundir a população com um discurso fácil, ligeiro e rasteiro para misturar o  interesse público com o privado. Ficou a dúvida se se tratava de um despreparo para gerir a máquina pública, ou se eram mesmo ações e intenções de imaginárias conivências. 

Com um mandato presidencial já nas costas e a experiência de ex-chefe da Casa Civil, a moça da limpeza parecia já saber de tudo, embora, ideologicamente, desse a impressão de discordar. Fazia vistas grossas. Emergiu mesmo a dúvida se não era partícipe daquilo. Talvez tenha concluído que era apenas uma peça do xadrez jogado pelas costas.   Terminou varrida, quase como Celso Daniel,  e deixou o Poder banida, chorando. Lançou-se o bordão:  “Foi golpe!”. E tudo se arrumou.

 O restante do mandato presidencial, projetado pelo partido que a elegera para durar 20 anos, fora perdido. Seu sucessor, encostado nas sombras da vice-presidência, poderia ser uma “pinguela”, uma alternativa. Mas, não tinha a confiança dos players, nem parecia ter compromissos com alguém.  Procurou caminho próprio, tentando confundir as posições no tabuleiro. Ao penetrar, como uma peça isolada, no recôndito campo das transgressões, foi também parar na cadeia.

 Assim, no Brasil da modernidade, cada mandato de quatro anos corresponde a travessia de uma pinguela,  que desafia corajosamente as forças conservadoras que sempre carregaram o Estado e os interesses não confessos incrustrados nos governos. A contemporaneidade introduziu vanguardas mais determinadas pontualmente, chamadas de “nova esquerda”: um grande tabuleiro.

 Trazia não mais uma retórica populista romântica, mas um discurso científico determinante e odiento, capitaneado pelo o que foi considerado fraudulentamente de “politicamente correto”. Ironicamente, a estratégia nasceu nos EUA, foi cultivada na Inglaterra, e terminou servindo à conspiração marxista. A complexidade alcançada levou a Universidade de Harvard (EUA) a entregar à cientista Moira Weigel a responsabilidade por uma  pesquisa sobre as novas táticas usadas no campo da política. Bateu de frente com as teorias dos jogos, das conspirações e do caos.

 A sociologia política encarregou-se dos vieses. Conforme mostra o brilhante jornalista José Carlos Azedo (CB:28.08.21) são negações das verdades. Utiliza-se como argumentos os preconceitos contidos no senso comum,  indicando opções dentro de um conjunto de  teorias conspiratórias, emergidas da manipulação da informação, da exploração  da boa-fé  e da ignorância. Azedo enumera e discrimina onze estratégias conspiratórias em uso na atualidade. Particularmente, conheço, pelo menos, 27. A história mostra mais de 100.

Uma das estratégias passa por uma postura irracional e ideológica que refuga verdades inconvenientes. Esquerda e direita fazem dela uso sistemático. Montada no saber produzido por uma agenda política conspiratória (agenda setting), a mídia trai conscientemente a reputação, dando fôlego para a sua disseminação ampla, ajudando a desfigurar as vias democráticas. Assim, leva-se as instituições ao descrédito, vulgariza-se o cargo de Presidente da República, mantém elevada a desconfiança nas políticas e nos políticos e contribui para que o Brasil venha a ser descartado no cenário internacional como um “Pays sèrieux” .

As teorias conspiratórias, como em um jogo de xadrez, com reis, rainhas, bispos, torres, peões, vem conseguindo conduzir o país em direção ao caos. A pandemia serve de reforço. Daí, não se visualizar mais uma identidade comum, uma nacionalidade específica e um território exclusivo. Ninguém é responsabilizado. Quando isso acontece, todos são perdoados pelas chamadas instâncias superiores, que, aparentemente coniventes, ajudam a configurar esse conjunto que compõem o jogo das farsas. Em pleno Terceiro Milênio, vamos nos tornando uma caricatura de Nação.


 *Jornalista e professor



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