Por Júlio Cezar Costa
Pessoas criativas inovam sempre, fazendo brotar de seus ideais, inteligentes e empáticas ideias.
Assim, nesta terra quinhentista, conquistada com violência e robustos bacamartes, não faltam ruas e comendas com homenagens a antigos degredados e senhores, que se tornaram ilustres entre nós, com direito a estátua e tudo mais, mesmo tendo sido dizimadores de nativos.
Do latim “violentia” surge no português a palavra “violência”. Essa dominadora expressão, em tempos atuais ainda assusta e faz temer a tantos, principalmente as mulheres.
Vítimas em seus próprios lares, muitas foram as que, neste imenso país, perderam as suas vidas enquanto aguardavam medidas protetivas que lhes dessem segurança.
O Estado brasileiro é péssimo protetor! Não consegue dar vazão à sua “afonsina” burocracia e, assim, desvaloriza a vida.
A nossa lentidão em prestar serviços eficientes à cidadania não possui exceções. Nós, os contribuintes, estamos fadados à espera, mesmo que seja para sairmos da iminência da morte.
As estatísticas criminais não deixam dúvidas. Periódica e tristemente, em plena democracia, deixamos que a vida alheia seja ceifada às claras.
Mas nem tudo está perdido. Existe um “SOS” que está dando um sentido diferente e rápido àquilo que nas Ciências Policiais chamamos de proteção remota.
Sim, tornou-se manchete nas emissoras afiliadas da Band, Globo, Record, SBT, CNN e em quase uma dúzia de outros veículos de comunicação, no Brasil e no Exterior.
A notícia viralizou nas redes sociais!
Um ”trio do bem”, visionariamente, uniu-se em defesa da vida: uma juíza de Direito, que deu a primeira decisão contra o crime organizado no ES, um desembargador que criou a “Justiça Volante” e um prefeito, que de tanto andar a pé pelas ruas da Cidade, teve seus sapatos furados. Os três fizeram acontecer!
A ideia, embora disruptiva, era tecnologicamente simples e economicamente viável. A realidade das ruas não podia mais esperar.
Mãos à obra! O “trio do bem” deu celeridade, em parceria com a iniciativa privada, ao desenvolvimento do notável e pioneiro invento da Justiça capixaba - “o botão do pânico”.
O ”botão salvador”, implantado na ”Capital dos Capixabas”, logo caiu na graça da sociedade e ganhou adeptos em vários lugares, em especial, o “penta” prefeito Elias Gomes da Silva, em Jaboatão dos Guararapes (PE), a segunda maior cidade pernambucana, onde cerca de 1.200 mulheres esperavam desconsoladas a expedição de medidas protetivas.
Assim, a juíza Hermínia Maria Silveira Azoury, o desembargador Pedro Valls Feu Rosa e o então prefeito de Vitória (ES), Luciano Santos Rezende inscreveram na história seus nomes e feitos, em prol da defesa da mulher brasileira, com um invento que pode ser entendido com um simples trinômio ortográfico: “aperte o botão!”.
Vitória - ES, 02 de outubro de 2022.
*É coronel da PMES e Associado Sênior do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
Foto: Prefeitura de Vitória/reproduzida da Internet
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