Certa vez, lendo Thomas Friedman, deparamo-nos com afirmações, à época, por demais futuristas sobre a velocidade da informação.
Assim, em um “mundo plano” os fatos aconteceriam e se multiplicariam instantaneamente, pela superação, via tecnologia, das barreiras ou limites físico-geográficos.
Boas práticas de governança são sempre buscadas, independentemente do lugar em que surgem. Os organismos multilaterais servem como “influenciadores” na reverberação de condutas governamentais ímpares.
Em um tempo em que os países sul e centro-americanos eram governados por ditaduras civis ou militares, acontecia a radical democratização da Costa Rica.
Cansados dos modelos repressivos, os costarriquenhos optaram por abolir as Forças de Defesa, passando a investir os recursos públicos em educação de qualidade, na contramão do que ocorria ao seu redor.
Mesmo cercada por ditaduras, a “terra dos vulcões” manteve-se democrática, sendo o seu povo, atualmente, um dos mais felizes da terra.
Há alguns anos, estivemos em San Jose, à frente de uma comitiva de especialistas em segurança pública. Buscávamos tecnologias e protocolos no ambiente das comunicações policiais integradas, que pudessem ser reproduzidos no Brasil.
Fomos recepcionados no aeroporto por um engenheiro do Instituto Costarriquenho de Energia - ICE, o que nos estranhou, haja vista, não haver ninguém da Polícia Nacional o acompanhando.
Soubemos, logo cedo, que lá o Centro Integrado de Emergências era pertencente ao ICE, um órgão de energia elétrica estatal, mas não policial.
No Centro Integrado do ICE, diferentes instituições e órgãos encontram-se a serviço da sociedade contribuinte. Eles não se atêm a rótulos corporativos, mas a eficiência dos resultados, fazendo com que a velocidade e a qualidade do atendimento sejam impecáveis.
Depois de conhecermos o funcionamento do Centro Integrado, partimos para o Ministério da Segurança Pública, onde fomos recebidos pela vice-ministra Maria Fulmen Salazar Elizondo.
Em um ambiente simples, mas confortável, a vice-ministra nos acolheu calorosamente.
Assim, iniciamos uma produtiva conversa sobre a reforma que encontrava-se em curso na Polícia Nacional.
Novos símbolos, conceitos, modos de agir, estratégias preventivas e toda sorte de ações de aproximação com a sociedade estavam sendo desenhadas pelo governo para modernizar a Força Policial daquele país.
Caminhando para o fim daquele binacional encontro, eis que aparece-nos uma agradável revelação: a vice-ministra apanha em cima de sua mesa de trabalho um exemplar impresso e sorridente diz: “...li tudo sobre a Polícia Interativa do Brasil”.
Nascia assim mais uma parceria e o Método Interativo de Segurança Cidadã, o MISC, dava um passo importante para a sua internacionalização, a partir da recomendação do PNUD da ONU, em íntegro “paper” da competente professora Jacqueline de Oliveira Muniz.
Depois desse encontro, Maria Salazar esteve algumas vezes no Espírito Santo, a fim de intercambiar recíprocas e interativas ideias, entretanto a surpresa foi quando de volta ao hotel, ao passarmos em frente ao Estádio Nacional, lá chamado de “La Joya de La Sabana,” avistamos um “empolgado torcedor” vestido com a inconfundível camisa do brasileiríssimo Flamengo.
Vitória - ES, 16 de outubro de 2022.
Júlio Cezar Costa e coronel da PMES e Associado Sênior do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
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