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19 OUT. 2022

O voto é seu e as consequências para todos


Guilherme Henrique Pereira*


O voto é seu. Você não precisa justificá-lo para ninguém. Não quer dizer que não precisa refletir sobre o assunto. Ao contrário, esta é uma das eleições em que a escolha terá consequências para as nossas vidas e para futuras gerações incomparavelmente mais impactantes que qualquer outra que já participamos. O marketing político desenrolou-se de uma forma que erradamente criou uma polarização entre nomes. Estes nomes não têm a menor importância para a reflexão necessária. Argumentos do tipo “rachadinha”,   que não respeita as mulheres (incluindo menores),  que lava dinheiro comprando imóveis, que tira dinheiro da saúde pública para financiar a compra de votos com o orçamento secreto; ou do outro lado, que é “ex-presidiário”, estão longe de iluminar a grande encruzilhada histórica que nos encontramos. Na verdade, estamos diante de projetos e visões de sociedade diametralmente opostos. Nisto os segundos turnos, nacional e Estadual (ES), estão semelhantes. Talvez, o fosso que separa os dois lados no plano nacional seja mais visível que no local, onde as questões em jogo são de menor dimensão. 

No embate do dia a dia, quando o tempo é muito curto, as conversas são empurradas para conteúdos superficiais. Por exemplo, perguntar para o adversário, como justificará para seus filhos que você votou no “Lulaladrão”? Uma pergunta que não deseja reposta, mas apenas fugir para uma fronteira que supõe ser moralmente superior, embora não haja elementos para manter tal pensamento de pé por segundos, aliás, não é crível que os próprios portadores desta bandeira acreditem nela, confrontados diariamente com anúncios de falcatruas e comportamento inadequado. 

Também se ouve dizer que estamos diante do “indesejável” e do “indefensável”. Se fosse só isso, seria bem fácil, pois com o indesejável dá para conviver, mas aquilo que não pode ser defendido sequer deve-se cogitar de sua existência. É possível observar certa vergonha nas entrelinhas dos apoiadores do “indefensável” que fogem com eloquência verbal para os argumentos sobre corrupção. Na prática uma palavra esdrúxula no debate político brasileiro, pois nele basta ser seu adversário para se tornar corrupto; e neste contexto quem conseguir melhor posicionamento de marketing leva vantagem. Vem assim desde sempre, o mais exemplar foi o Collor que se elegeu com base neste discurso, cargo que almejava para comandar as quadrilhas de extorsão de dentro do palácio.

Na absurda superficialidade que o debate alcançou, aparecem temas que nada têm a ver com o papel de um governante como por exemplo o aborto ou a união afetiva.  Para não falar de estupidez do tipo perigo do comunismo, bobagem que não merece nossa atenção. Comportamentos tem a ver com evolução cultural de um povo, portanto, não é objeto de interferência de um governante em um período administrativo. Portanto, trazer estes temas para a campanha política é profunda má fé para esconder o que há de essencial.

De qualquer modo, aos trancos e barrancos, o Brasil estava em uma trajetória de melhorias em vários aspectos da vida social e econômica. Creio que os sociólogos resumem bem na expressão “avanços civilizatórios”. O que seriam tais avanços no Brasil de agora, às vésperas de uma eleição presidencial? Cabe também considerar que estamos no momento de conclusão de um período administrativo durante o qual só se ouviu falar em destruição das instituições, do meio ambiente e de mudanças na direção de comportamentos que pensávamos superados na história. Um período que ajudou a explicitar visões há muito latentes na sociedade brasileira. É neste cenário, e sem a pretensão de precisão conceitual, que fazemos uma tentativa de especular a partir da realidade atual e do que há de concreto nos debates da campanha política para entender quais os temas relevantes para continuar avançando. O pressuposto aqui, é que a partir da Constituição de 1988 a sociedade deu passos importantes na direção da civilidade: direitos humanos, meio ambiente, produção científica, fortalecimento e autonomia para o Ministério Público e Polícia Federal, democracia, garantias para as eleições livres, mas espaços para as mulheres e minorias, enfim, nos orgulhávamos de várias conquistas consideradas avanços em direção a uma sociedade melhor.

Em tal tentativa de compreender o momento atual, vamos listar alguns pontos que, em nossa opinião, precisam estar presentes na reflexão sobre o lado que mais se aproxima do mundo que desejamos.

1. O homem já avançou tanto na destruição da natureza que hoje coloca em risco sua própria existência. O Brasil já foi considerado exemplo em alguns campos, como matriz energética menos poluente e cobertura vegetal. Nos últimos 4 anos “passamos a boiada” sobre as conquistas anteriores;

2. Respeito à vida. Hoje vivemos na sociedade do conhecimento, apoiar e respeitar a ciência se tornou diferencial no grau de civilização. Talvez, mais que isso, na verdade uma questão de sobrevivência, pois vimos recentemente os números absurdos de óbitos por falta de empatia com o ser humano e de crença na ciência; Da mesma forma, estimular o armamento da população é incentivar o ódio e o descaso pela vida humana.

3. investimento em  educação, inclusive a formação de pesquisadores de alto nível; a maioria dos planos de governo trata apenas do fundamental, esquecendo as nossas maiores deficiências;

4. ter uma política de soberania frente às demais nações; Isso requer dirigente capaz de se relacionar com as maiores lideranças do mundo;

5. respeitar as instituições, especialmente o equilíbrio entre os 3 poderes e autonomia dos órgãos de fiscalização e investigação; é necessário dirigente distante da vaidade ditatorial e do desejo de enriquecimento pessoal pelo uso do poder e do patrimônio público;

6. na gestão pública e da economia entender que o patrimônio de interesse público pertence a coletividade e não para enriquecer apenas alguns; como acontece hoje (também em anos anteriores)  nas entregas  de empresas para fundos de investimentos a preço de banana, basta conferir o que acontece agora com a Petrobrás; 

7. avesso às desigualdades de rendas, patrimônio, gênero e minorias. O que vemos neste triste período administrativo é o acirramento de práticas de desrespeito aos negros, pobres, índios e mulheres.

8. entender que o Estado é laico,  não podendo  ser misturado com religião; lembre-se que na antiguidade a Igreja e o Estado se confundiam na exploração e submissão do povo. Não podemos ressuscitar um fundamentalismo religioso que nos leve para o passado que se imaginava longínquo;

9. uma política econômica voltada para o desenvolvimento de todas as atividades, e não somente uma – por exemplo o agronegócio para exportação, como vemos agora. Tanto se elogia o agronegócio como suporte da economia, e é verdade; não por seus méritos, mas porque tudo mais foi abandonado, quando não destruído;

10. acolher as mudanças de culturas comportamentais que acontecem no seio da sociedade; 

A problemática sugerida apenas pelos 10 temas acima listados, certamente nos conduz para a grande encruzilhada que estamos neste momento. Os grupos representados pelos dois candidatos (lá e cá) têm posições bem definidas sobre estes temas. Neste ano, mais que nunca, o nosso voto está longe de ser uma escolha entre esquerda e direita; está longe de ser uma escolha de grau de honestidade; está longe de ser uma escolha de comportamento religioso.  De fato, faremos uma escolha entre a barbárie e a possibilidade de retomar o caminho dos avanços pautados pela constituição de 1988.


* Doutor em Ciências Econômicas e Professor Universitário.


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COMENTÁRIOS

  • Postado por: Alvaro Soares Nazareth
    02 NOV. 2022 às 21:13

    Deixo claro meu agradecimento por proporcionar-me os balizamentos tão bem definidos no seu texto. Só agora, depois de ter votado, descobri que fundamentei meu voto em sintonia com suas 10 linhas de raciocínio. Valeu, Guilherme.
  • Postado por: Ana Elisa Brito Garcia
    27 OUT. 2022 às 10:33

    Guilherme, seus 10 pontos para reflexão foram muito bem escolhidos. Espero que os brasileiros escolham a retomada do caminho dos avanços civilizatórios, mas com esse novo congresso a batalha será difícil. Obrigada por esse artigo brilhante. Abraços
  • Postado por: Ana Elisa Brito Garcia
    25 OUT. 2022 às 19:28

    Guilherme, seus 10 pontos para reflexão foram muito bem escolhidos. Espero que os brasileiros escolham a retomada do caminho dos avanços civilizatórios, mas com esse novo congresso a batalha será difícil. Obrigada por esse artigo brilhante. Abraços
  • Postado por: ITALO CAMPOS
    24 OUT. 2022 às 20:11

    Guilherme, só agora percebo a presença do seu post. Estou entre consulta com um tempo curto e fiz apenas uma leitura. Seu artigo, de cara, muito bem escrito, fluídico, é de agradável leitura. Concordo totalmente com sua análise sobre a campanha, propositadamente polarizada e superficial. Os pontos de pauta sugeridos com eixos na democracia, meio ambiente, economia, gestão e políticas públicas, são mesmo necessários e urgentes para a sociedade discutir, refletir, avaliar e bem escolher seus representantes no executivo e legislativo. O pressuposto de que a campanha política seria também a ocasião de “educar” politicamente a sociedade, foi abandonado por várias razões psico-sociais, com destaque para a predominância das redes eletrônicas. Agradeço o envio e lembrança. Abraço.
  • Postado por: Eliézer de Albuquerque Tavares
    23 OUT. 2022 às 08:08

    Parabéns, como sempre muito lúcida e esclarecedoras as suas opiniões.
  • Postado por: Tulio Marcelo Bambino
    22 OUT. 2022 às 21:25

    Em 2018 sofisticar o pensamento para o que estava acontecendo, faria muito sentido. Agora não resta grandes dúvidas de uma simbiose de canalhas e zumbis. Como argumentar com gente, que advoga por perda de direitos? Celebra a liberação de calibre de armas como grandes conquistas, junto ao horizonte de extinção de universidades e carreiras funcionais públicas? A ubberização de tudo como marca de contemporaneidade. As idas e vindas de falácias e tolices de toda prova, transformando a palavra e o rito oficial do cargo executivo uma pantomima de péssimo gosto, todo dia. Quatro anos de tudo isso ter acolhida por gente próxima, acreditar num fenômeno de mesmerização coletiva, regida por CEOs, mensagens do zap, do telegram, e do sermão do pastor? E mesmo assim gente com espuma na boca e bandeirolas em varandas e carros de toda sorte. Não deveria ser complicado escolher. Mas é. Contudo esse capítulo da história cobrará adiante, nessa ou em outra vida.
  • Postado por: Renata Neves Coelho de Mattos
    22 OUT. 2022 às 20:25

    Excelente texto! Disse tudo!!! 👏👏👏👏👏👏👏👏
  • Postado por: Pedro José Bussinger
    22 OUT. 2022 às 11:12

    O artigo é bem didático e realista em sua descrição do momento estrutural e superestrutural da sociedade brasileira. Em termos civilizatórios coloca o Brasil em uma encruzilhada histórica: civilização ou barcárie? Todos os itens anunciados mostram-nos ainda quão frágil é a democracia brasileira que acolhe e faz brotar do subconsciente coletivo uma camada ou segmento de classe extremamente conservador. O artigo faz-nos pensar ainda quão hercúlea será a tarefa de resgatar teses progressistas e reconduzir a sociedade brasileira para os caminhos do humanismo político e econômico, na busca por engrandecimentos materiais e culturais. Creio que na base de tudo está a busca e a materialização de atos que engrandeçam e mantenham a dignidade humana.
  • Postado por: Clovis Castello Miguel
    21 OUT. 2022 às 08:45

    O clima passional instalado serve de biombo , cortina de fumaça, frente a estes temas fundamentais e esclarecidos , para o país como um todo e não reduzidos em 2 fracoes de fanatismos irracionais
  • Postado por: Fernando Macedo
    21 OUT. 2022 às 04:41

    Mestre, excelente texto. O último parágrafo sintetiza com perfeição a escolha histórica que a sociedade brasileira terá de fazer. Precisamos refletir como chegamos no século XXI às portas da barbárie (ou se sempre estivemos nela, com alguns momentos de avanço civilizatório). Para tanto, entender nosso processo de formação histórica, sob uma perspectiva econômica e social, é fundamental. Como diria Cazuza, \"Eu vejo o futuro repetir o passado/Eu vejo um museu de grandes novidades/O tempo não para\". Mas precisamos ter esperanças e resistir porque é possível mudar essa história!
  • Postado por: Roberto Junquilho
    20 OUT. 2022 às 23:15

    Essenciais os pontos listados no seu texto, que deveriam pautar os debates dos candidatos e suas campanhas eleitorais. Para nossa desesperança quanto ao futuro assistimos a briga ridícula sobre banheiros unissex, fechamento de igrejas e outros temas,enquanto o governo prossegue a destruir o q ainda resta. Parabéns.
  • Postado por: Juliana E Perobelli
    20 OUT. 2022 às 16:19

    Texto lúcido, análise necessária. Parabéns por trazer pontos tão relevantes com tanta habilidade. Que voltemos aos avanços civilizatórios com a devida celeridade.
  • Postado por: Fabrício Augusto de oliveira
    20 OUT. 2022 às 14:12

    Muito boas reflexões sobre o delicado momento e sobre as dificuldades enfrentadas pelo país. Seria importante, a meu ver, também investigar as causas que tem provocado esse retrocesso e levar quase metade da população a apoiar projetos antidemocráticos e anticivilizatórios.
  • Postado por: Ricardo Coelho dos Santos
    20 OUT. 2022 às 11:42

    Perfeito! Simplesmente perfeito! Tenho a preocupação de que está se falando mais do motorista do que das melhorias que o caminhão precisa!
  • Postado por: Carlos Magno Barros
    20 OUT. 2022 às 11:15

    Guilherme, parabéns pela clareza de suas reflexões sobre o momento em que estamos vivendo. Realmente entramos numa encruzilhada, cuja saída esta nos parecendo muito tenebrosa pela destruição de tudo que foi, duramente, construído ao longos dos últimos 34 anos.
  • Postado por: Ricardo santos
    20 OUT. 2022 às 09:50

    Prezado Guilherme, Muito bom o artigo. Oportunamente e necessária reflexão neste momento decisivo da vida nacional. Abraços Ricardo Santos
  • Postado por: José Eduardo Del`Esposti
    19 OUT. 2022 às 22:28

    Belíssima reflexão!!!! Infelizmente, de pouco alcance para aqueles que estão do outro lado. Primeiro, não lêem. Segundo, se lerem não conseguem alcançar a essência a mensagem, ou por limitação ou por negação ou por má fé. Mas, é isso. Continuemos nessa jornada com fé. É o que os resta neste momento de tanta irracionalidade.
  • Postado por: Roberto
    19 OUT. 2022 às 22:07

    Agradeço pela reflexão
  • Postado por: Alvaro
    19 OUT. 2022 às 20:46

    Muito boa reflexão . Mas tomo a liberdade de acrescentar um fato. A maioria do povo brasileiro, descrente com políticos em geral pois pensam em si mesmos em grande parte partindo para o roubo aberto na proteção de imunidades a q têm direito, sabendo que tudo dará em \"em pizza\" a grande maioria dos brasileiro tornou-se verdadeiros\"laicos políticos \" . Tanto assim, que, estritamente, o marketeiro do BolsoNERO, apropriou as cores verde amarelo, q influenciou decisivamente os \"laicos \". Apoiar golpe militar, só a fala causa arrepios. Um absurdo que demonstra toda a ignorância política desses laicos . Temos que tirar o chapéu p o marketeiro associando o fascismo com o verde amarelo e o vermelho associado ao capeta do comunismo, como antigamente. Sinto vergonha pelos eleitores brasileiros.
  • Postado por: Adolfo Breder
    19 OUT. 2022 às 20:22

    Parabéns pela excelente expressão das nossas reflexões. Compartilho com minha rede, como se fosse o mapa da mina, não da capitão gancho e sua trupe, mas de todos nós brasileiros que conjugamos unidos o freireano verbo esperançar!!
  • Postado por: Judith ferrari
    19 OUT. 2022 às 19:54

    Artigo muito bom Guilherme.. Meus parabéns pelos 10 pontos de extremo esclarecimento..

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