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Crônicas & Contos

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26 MAR. 2024

Anatomia da Ideia


Por Ricardo Coelho dos Santos*


Numa certa feita, apresentei a uma vendedora de camisetas criativas um modelo diferente que fez um rápido sucesso nos Estados Unidos. Ela se encantara. Em consequência, comentei que ela poderia levar o conceito ao chefe dela que, quem sabe, ele aproveitaria e faria sucesso. Eis que ela respondeu que, se ela levasse uma ideia nova a um gerente, seria imediatamente demitida, pois sua função era vender e não opinar.

Ora, já vi chefes declararem que a função de um subordinado era a de obedecer as ordens e não buscar melhorias. E também vi projetos serem desprezados por gerentes e depois apresentados pelo mesmo ou por seus pares como inéditos e criativos.

Como ainda sou engenheiro, não posso esquecer os axiomas da geometria, que deixam claro que três pontos não alinhados definem um plano. E pude assim planificar, em cima desses acontecimentos, como uma ideia funciona em nossa sociedade. Me refiro aqui somente às boas e produtivas ideias.

Quero deixar claro que acho uma bobagem afirmar que as ideias estão soltas no ar e que é bem possível mais de uma pessoa capturar a mesma ideia simultaneamente. A História da Ciência está cheia de fatos que confirmam essa tese que, para mim, é falsa. Ideias, mesmo as artísticas, nascem de ocorrências factuais, algumas muito disseminadas, e há ainda a que gera necessidades de tratamento. Os fatos, sim, é que estão aí, por toda a parte.

Dessa forma, estabeleci uma opinião simples a respeito das ideias. Um conceito particular e, no intuito de aprender cada vez mais, não me incomodaria que alguém me corrigisse. Mas creiam que é o que tenho observado e ainda é minha visão pessoal.

Uma ideia só é considerada boa se tiver um autor aclamado atrás dela. Em certa ocasião, um engenheiro, vendo a necessidade de aplicação de uma novidade, conseguiu fazer com que um gerente famoso acreditasse ser o criador, e assim a ideia foi aplicada.

Se você é um mero empregado, não lance uma ideia até o dia em que você for devidamente reconhecido. A apresentação prematura de uma novidade pode gerar uma das três consequências: você pode ser demitido, como a pobre vendedora de camisetas; você pode simplesmente não ser escutado, podendo ainda levar uma bronca ou ver sua ideia roubada; ou pode ser congelado na sua carreira, sem receber promoções.

Uma boa ideia gera progresso. E muitas pessoas temem o progresso, pois esse afeta a zona de conforto. Se um gerente reconhecer que seu funcionário teve uma ideia, ele pode até mesmo perder sua função em favor do outro e se ele for gerador de uma novidade, pode ter seu conforto afetado, mesmo que tenha um reconhecimento aplaudido.

Na nossa bandeira há um belíssimo dístico pouco compreendido e muito menos seguido: “Ordem e Progresso”! Para muita gente, Ordem é a aplicação rigorosa de uma disciplina imposta às pessoas de cima para baixo, e Progresso, por ser quase um antônimo de acomodação, é temido por quem alcança o topo de um morro e ali se dá por satisfeito, evitando tomar conhecimento que o morro ao lado é mais alto mas, para alcança-lo, teria de descer ao vale e subir de novo.

Benjamin Disraeli, um dos maiores políticos da História, chamara a atenção do jovem Winston Churchill a respeito de um discurso avassalador. Fazendo isso quando jovem, ele gera temor entre seus pares mais velhos, arranjando, consequentemente, ferozes inimigos que jamais o deixariam voar. Isso queria dizer que Churchill era bom, e a História confirma isso. Mas tinha de decolar num momento propício, com boa pista e um bom vento, num céu azul.

Se você for um gerente bom, mas bom mesmo, considere as ideias que seus parceiros geram. Mas isso, só mesmo se você for, ainda, audacioso, progressista (ou seja, que não aceita o mero conforto) e corajoso para acatar novidades. Assim, você poderá crescer na empresa por reconhecer o que é bom na sua frente. Uma boa ideia sempre tem dois lados: o de quem gera e o de quem aceita.

Relato aqui uma sequência de ideias que foram aproveitadas e desprezadas, mostrando como o processo de engavetamento das novidades é um ato de não se levar em conta a própria história de uma organização que foi, afinal, fruto de uma ideia. Conta-se que os transístores foram inventados por engenheiros da Bell, a empresa pioneira em telefonia. A Bell não quis investir naquilo que considerava uma mera curiosidade tecnológica. Os criadores saíram de lá e fundaram a Motorola, primeira grande fabricante de transístores. Mais tarde, os engenheiros dessa desenvolveram o circuito impresso, que a Motorola não se interessou. Eles saíram e criaram a Intel.

Em outra história, os engenheiros da Xerox viram sua ideia de criar um computador em que os comandos fossem clicados por um mouse ser deixada de lado. Levaram o conceito ao Steve Jobs que lançou, depois, o Macintosh, um passo gigantesco da Apple.

Bom. Essa foi a minha modesta ideia. Espero que o “Debates em Rede” a aprove…

*Engenheiro e Escritor.

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COMENTÁRIOS

  • Postado por: Luiz Paulo Siqueira Rangel
    07 ABR. 2024 às 22:40

    Caro primo escritor, escoteiro e confrade Ricardo, suas palavras são sábias, e infelizmente esse modelo de gestão ainda sobrevivem pleno século XXI. Durante e após a pandemia o mundo mudou, porém, as empresas e suas administrações não acompanharam as mudanças. As pessoas são outras com outros objetivos outra forma de ver o mundo. Uns pioraram e se jogaram no fanatismo religioso com medo da morte e outros ficaram mais ligados a querer uma vida mais adequada. E as lideranças? Estão perdidas... as empresas estão perfdidas ... os discursos de empresa cidadã; etc etc etc...sumiu tudo...
  • Postado por: ELIAS BOTELHO COELHO DOS SANTOS
    28 MAR. 2024 às 15:03

    BEM VINDO, DE VOLTA... ELIAS

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