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16 JUN. 2025

Trump, o TACO, e a novela das tarifas

Fabrício Augusto de Oliveira*


Trump continua ameaçando o mundo, mas o mercado não o leva mais a sério, pelo menos na economia. De tantas idas e vindas, de avanços e recuos em relação às tarifas de importação, passou a chamá-lo de TACO, acrônimo para Trump always chickens out, o que significa, em tradução literal, que “Trump sempre volta atrás”, o que, em português é conhecido como “amarelar”. Existem boas razões para isso.

Depois de ter começado a recuar nessa política e limitado as tarifas “recíprocas” em 10%, em 09 de abril, suspendendo por noventa dias a entrada em vigor das novas tarifas estabelecidas inicialmente para 57 países que haviam sido taxados com uma alíquota superior às “recíprocas”, Trump deu também alguns passos para trás em relação à China. Isentou alguns dos produtos deste país da tarifa de 145%, caso dos semicondutores, computadores e outros aparelhos eletrônicos e condicionou a revisão das tarifas para os demais produtos importados deste país às negociações que, segundo ele, estavam sendo realizadas, sobre essa questão.

Pouco tempo depois, em 12 de maio, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bissent, anunciou um acordo que estava sendo fechado entre os Estados Unidos e a China, em negociações ocorridas em Genebra, com o qual esses países concordavam com a redução das tarifas em 115 pontos percentuais a partir de 14 de maio, por 90 dias. Nos níveis em que essas se encontravam na escalada da guerra comercial, isso significava que as tarifas americanas sobre as importações chinesas cairiam para 30% (eram de 145%), enquanto as tarifas chinesas sobre produtos americanos para 10% (eram de 125%). A China continuaria, assim, penalizada por uma tarifa adicional de 20%, estabelecida em 01 de fevereiro de 2025, devido à responsabilidade a ela atribuída pela crise dos opioides nos Estados Unidos causada pelo fentanil. Acordo que, no entanto, não foi à frente, embora tenham sido retomadas as negociações.

Esse movimento trouxe alívio para os agentes do mercado, confiantes de que a sensatez havia se reinstalado novamente na Casa Branca. Alívio que, no entanto, durou pouco tempo, considerando que, poucos dias depois, Trump voltou a acionar novamente a metralhadora giratória da mesma política.

No dia 23 de maio anunciou uma tarifa fixa de 50% a ser aplicada contra a União Europeia (UE), a partir de 01 de junho, por considerar que este bloco de países foi formado “para tirar vantagens dos americanos no comércio” e que “tem sido difícil lidar com eles”, além de ameaçar impor tarifas à Apple se a empresa de tecnologia continuar fabricando iphones em outros países fora dos Estados Unidos. No dia 26 de maio, terminou adiando para 09 de julho a entrada em vigência dessa nova tarifa, argumentado a necessidade de um prazo para que as negociações pudessem avançar com os 27 países do bloco.

No dia 3 de junho, autorizou o aumento das tarifas de importação sobre o aço e o alumínio de 25% para 50%, com a medida entrando em vigor a partir de 09 de junho, justificando-a como necessária para garantir a saúde das metalúrgicas e siderúrgicas americanas e atender às necessidades da defesa nacional. O Canadá, líder das exportações do aço para os Estados Unidos, e o Brasil, segundo maior vendedor para o país, seriam os mais afetados por este aumento.

Já no dia 11 de junho anunciou ter, finalmente, concluído o acordo com a China depois de muitas escaramuças comerciais entre os dois países, o que foi confirmado por este país. O acordo anterior de Genebra havia fracassado devido às restrições da China às exportações de minerais para os Estados Unidos, com Trump respondendo com a imposição de controles de exportação que impediam o envio de software de design de semicondutores, motores a jato fabricados na China e de outros produtos para este país. Neste novo acordo, negociado em Londres, essas questões teriam sido superadas.

A redução das tarifas seguiu os parâmetros estabelecidos anteriormente, com os dois países reduzindo-as em 115 pontos percentuais, o que significa que as dos Estados Unidos cairiam para 30% e as da China para 10%. Quanto às demais questões, a China se comprometeu a afrouxar suas restrições do envio de materiais estratégicos e de ímãs necessários para a indústria automobilística, sobretudo para a fabricação de veículos elétricos, com os Estados Unidos oferecendo, em troca, a revogação das restrições às exportações de produtos e tecnologia americanos, incluindo etanol e peças de avião, além de liberar o visto do país para estudantes chineses.

Para cantar vitória nessas negociações, Trump jactou-se de que “estamos recebendo um total de 55% de tarifas, a China está recebendo 10%”. É preciso considerar, no entanto, que os 55% da tarifa americana representam a soma de uma tarifa “recíproca” de 10%, estabelecida para todos parceiros comerciais dos Estados Unidos, de 20% devido ao fentanil e de mais 25% que já existiam anteriormente e que haviam sido implementadas durante o seu primeiro mandato (2017-2020).

A verdade é que Trump quer, a qualquer custo, não somente obter saldos favoráveis na balança comercial, uma prática mercantilista, como também trazer de volta as empresas americanas que estão em outros países para produzir nos Estados Unidos, incluindo as da Segunda Revolução Industrial, visando gerar mais empregos para o trabalhador de seu país, uma de suas promessas de campanha. Um modelo conhecido como de Substituição de Importações, que foi muito adotado pelos países da América Latina, no período de 1930-1960, entre os quais o Brasil, para se industrializarem. Velhas ideias que não se coadunam com o mundo econômico da atualidade, principalmente para um país como os Estados Unidos. Enquanto isso perdurar, tanto os mercados financeiros como o mundo econômico mundial deverão continuar sofrendo com as “esquisitices” de Trump, o TACO.


*Doutor em economia pela Unicamp, membro da Plataforma de Política Social e do Grupo de Estudos de Conjuntura do Departamento de Economia da UFES, articulista do Debates em Rede, e autor, entre outros, do livro “Karl Marx: a luta pela emancipação humana e a crítica da Economia Política”, publicado, em 2025, pela Editora Contracorrente



 

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