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07 JUL. 2025

Trump e a economia: quando o remédio vira veneno

Fabrício Augusto de Oliveira* 

A pose que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, faz para anunciar que a política econômica que tem implementado está inaugurando, contra todas as evidências, uma nova era de ouro para o país, de criação de riqueza, emprego e prosperidade, impressiona. Contrariamente, não poucos analistas avaliam, que suas políticas provocarão a desaceleração da economia, aumentarão o desemprego e a inflação, enquanto a sua indefinida política tarifária, cheias de idas e vindas, de avanços e recuos, podem continuar causando choques na economia mundial, mantendo um quadro de instabilidade e de incertezas para a vida econômica. Não são poucos os números que apontam nessa direção.

Segundo o Escritório de Análises Econômicas (BEA), órgão do governo americano, o produto interno bruto (PIB) dos Estados Unidos encolheu 0,3% no primeiro trimestre de 2025, na taxa anualizada, uma queda forte em relação ao final de 2024, quando o país havia crescido 2,4%. Uma queda bem maior do que o esperado, considerando que os analistas econômicos projetavam um avanço de 0,4% do PIB neste período, segundo o Wall Street Journal.

Mesmo que se possa atribuir tal desempenho à antecipação de uma maior importação feita pelas empresas e consumidores americanos para escapar do aumento de preços provocado pelo tarifaço de Trump, diminuindo, com isso, o PIB nacional, não se pode desconsiderar que isso teria acontecido exatamente em decorrência única e exclusivamente da implementação de sua política suicida apoiada em teorias e ideias econômicas ultrapassadas.

Não sem razão, as principais instituições de pesquisas de economia no mundo, como o FMI e o Banco Mundial, já apontam, em suas projeções, perda de forças não somente da economia mundial, mas também dos Estados Unidos no ano. O FMI, em virtude da política predatória trumpista, reduziu o crescimento da economia mundial de 3,2% para 2,8%, e a dos Estados Unidos de 2,7% para 1,8%. Já o Banco Mundial, ainda mais pessimista, passou a projetar um crescimento de 2,3% para o mundo em 2025, contra uma previsão de 2,7% em janeiro, e apenas de 1,4% para a economia americana, contra 2,3% no início do ano. São taxas que indicam que o mundo pode estar novamente caminhando para o purgatório de uma recessão.

Em termos da taxa desemprego, essa fechou o ano de 2024 no nível de 4,1%. Caiu para 4% em janeiro de 2025, mas voltou a subir para 4,1% em fevereiro e acomodou-se no patamar de 4,2% entre março e maio deste ano. Ou seja, uma das principais promessas de campanha de reduzir o desemprego nos Estados Unidos com a sua política, não foi cumprida até o momento. Pelo contrário, aumentou.

Não admira, assim, que Trump deu início a uma cruzada contra o Banco Central americano (o FED) e ao seu presidente, Jerome Powell, por não reduzirem a taxa de juros, que se encontra atualmente entre 4,25% e 4,5%, que foi mantida na última reunião da instituição, realizada em junho, justificada pelas incertezas globais provocada por sua política. Para o presidente norte-americano, Powell é um despreparado e uma desgraça americana, uma das pessoas mais burras e destrutivas do governo, jogando contra o crescimento econômico, cujas condições ele vem arduamente construindo.

Mas não é só no campo do crescimento que ele vem colhendo derrotas. No dia 16 de janeiro, a agência de risco Moody’s rebaixou a nota de crédito dos Estados Unidos de “AAA” para “Aa1”, o segundo degrau dos países que, apesar de serem considerados bons pagadores, não estão isentos de algum risco. Não foi a primeira vez que isso ocorreu. No dia 5 de agosto de 2011, a Standard & Poor’s (S&P) já havia feito esse rebaixamento, seguida, no dia 01 de agosto de 2023, pela Fitch. Com a decisão da Moody’s as três principais agências de risco deixam de apostar na solidez fiscal dos Estados Unidos para honrar a sua dívida, uma condição que atualmente existe apenas para três países no mundo: Alemanha, Dinamarca e Noruega.

A justificativa de Moody’s para esse rebaixamento foi a de que o endividamento norte-americano se encontra em trajetória ascendente já há mais de uma década, caminhando para o nível de 130% do PIB e que, se mantida neste ritmo, o pagamento com juros deve consumir cerca de 30% da receita do governo em 2035. Como Trump está patrocinando um pacote econômico com corte de impostos e aumento dos gastos, essa situação fiscal deve se agravar ainda mais se o mesmo for aprovado.

Contando com o servilismo da conservadora Corte Suprema, aparentemente Trump tem conquistado algumas vitórias, principalmente em relação à caça e deportação de imigrantes ilegais, ao controle de algumas universidades para impor sua ideologia, ao seu desprezo pelos grupos LGBTQIA+ e aos seus oponentes políticos. No caso da economia, no entanto, de nada servirão essas conquistas e nem a Suprema Corte dispõe de condições de socorrê-lo neste campo. Porque, aqui, quem dá as cartas “é a economia, estúpido”, como disse James Carville, em 1992.


*Doutor em economia pela Unicamp, membro da Plataforma de Política Social e do Grupo de Estudos de Conjuntura do Departamento de Economia da UFES, articulista do Debates em Rede, e autor, entre outros, do livro “Karl Marx: a luta pela emancipação humana e a crítica da Economia Política”, publicado, em 2025, pela Editora Contracorrente.














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