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26 AGO. 2025

Trump e o Nobel da Paz: uma piada

Fabrício Augusto de Oliveira*


Depois de apoiar o sanguinário Netanyahu, primeiro ministro de Israel, no massacre dos palestinos e na destruição física da Faixa de Gaza; estender o tapete vermelho para o ditador e invasor da Ucrânia, Vladimir Putin, presidente da Rússia; extorquir os países do resto do mundo com o seu tarifaço, lançando terremotos e instabilidade na economia mundial; derrubar os pilares da democracia estadunidense; declarar guerra às minorias e à legião LGBTQIA+; e ameaçar a democracia de outros países para defender seus amigos ditadores, como no Brasil, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, sonha, agora, em receber o prêmio Nobel da Paz. Pode? É muita cara de pau.

O argumento que Trump usa para merecer essa honraria foi a de que deu fim a sete guerras no mundo, podendo, por isso, ser considerado senhor da paz. Vejamos quais são essas guerras e em que medida os Estados Unidos contribuíram, de fato, para encerrá-las.

Uma, a guerra Israel e Irã, que durou apenas 12 dias e que foi encerrada após os Estados Unidos realizarem ataques a instalações nucleares iranianas, mas sem um acordo de paz definitivo. Outra, entre a Índia e o Paquistão, na eterna disputa pela região de Caxemira, que durou 4 dias, sem que a Índia tenha reconhecido qualquer iniciativa dos Estados Unidos nas negociações realizadas para o fim das hostilidades, atribuindo-as às realizadas diretamente entre os dois países. Uma terceira, entre Ruanda e a República Democrática do Congo, na disputa por um território localizado no segundo país, cujo cessar-fogo já fora acordado em agosto de 2024, o qual terminou oficializado em junho deste ano em Washington, com a promessa de Trump de que aumentaria o comércio com os dois países e os Estados Unidos, embora os combates entre eles continuem.

Em dois outros conflitos, Tailândia e Camboja e Armênia e Azerbaijão, o poder econômico dos Estados Unidos e a ameaça de impor-lhes sua arma preferida – o tarifaço – pode ter surtido efeito para o seu término. No caso da Tailândia e Camboja, cujos combates duraram menos de uma semana, sendo os dois países fortemente dependentes das exportações para os Estados Unidos, o acordo foi selado no dia 7 de agosto diante dessa ameaça, para reduzir as tensões ao longo da fronteira compartilhada entre os mesmos. Já em relação à Armênia e o Azerbaijão, cujo conflito dura quase 40 anos, e que tem como alvo a disputa da região de Nagorno-Karabakh, uma região montanhosa dentro do Azerbaijão, com uma população majoritariamente armênia.

Já as duas últimas guerras mencionadas por Trump ou não chegaram a começar ou nem parecem ter existido. A crise entre a Etiópia e o Egito por causa das águas do Nilo, que poderiam ser prejudicadas com a construção de uma Grande Represa no primeiro país, divergência que já dura doze anos, entrou no rol das conquistas de Trump, mas o próprio ministro das Relações Exteriores do Egito afirmou, no dia 29 de junho, que, apesar das negociações terem chegado a um impasse, não havia nenhuma guerra aqui para o presidente encerrar. E a onda de hostilidades entre a Sérvia e Kosovo, que nem havia começado, Trump alega que abortou o seu início, que ele considerava iminente, ameaçando fechar o comércio dos Estados Unidos com os dois países, fazendo com que recuassem em suas intenções.

Nas duas principais guerras no mundo, que já duram mais de dois anos, as da Rússia/Ucrânia e de Israel/Hamas-Faixa de Gaza, nas quais se assiste a um massacre e genocídio da população civil e à destruição da infraestrutura física e econômica nos territórios dos países mais fracos, Trump não tem tido, até o momento, nenhum sucesso. Isso se explica, principalmente, pelo fato de ele clara e explicitamente torcer para um lado e querer impor, ao outro, uma derrota, por meio de um acordo que a sacramente. No caso da Rússia x Ucrânia sua admiração por Putin o tem levado a exigir da Ucrânia a cessão de territórios para a Rússia, numa clara violação dos termos estabelecidos com o fim da Segunda Guerra Mundial sobre a soberania dos países. E, na guerra entre Israel/Hamas-Palestina, porque lhe interessa a apropriação da Faixa de Gaza para transformá-la em um resort de turismo de luxo e ampliar as frentes para seus negócios. Dificilmente vai conseguir ser bem sucedido com essas intenções

Aloprados, como Netanyahu, um criminoso de guerra e condenado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), foi o primeiro a fazer sua indicação para o Nobel da Paz. A ele se seguiram, por razões que se desconhece, outros países como o Camboja e o Paquistão, reconhecendo sua importância para o fim dos conflitos envolvendo estes países, talvez por terem sido com ele beneficiados. Não são indicações que merecem ser consideradas e, mesmo que fossem, é muito pouco para a importância deste prêmio. Se a ele for concedido, o que não parece provável, o Nobel da Paz certamente perderá o resto de credibilidade que ainda possui. O prêmio que Trump merece, de fato, como já defendido por Paul Krugman, detentor da Nobel de Economia, é o de ser impichado, pelas desgraças provocadas para a humanidade.


*Doutor em economia pela Unicamp, membro da Plataforma de Política Social e do Grupo de Estudos de Conjuntura da UFES, articulista do Debates em Rede, e autor, entre outros, do livro “Karl Marx: a luta pela emancipação humana e a crítica da Economia Política”, publicado pela Editora Contracorrente, em 2025.


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