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26 NOV. 2025

O novo recuo de Trump nas tarifas para o Brasil

Fabrício Augusto de Oliveira*


Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, está mais do que fazendo jus ao apelido de TACO – acrônimo de Trump always chicken out - que os americanos lhe deram. Depois de impor ao Brasil, no dia 09 de julho, uma tarifa de 50% sobre suas exportações para o seu país, como forma de pressionar as autoridades brasileiras a livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro de processos sobre os crimes por ele cometidos durante o seu mandato, Trump já recuou nessa medida pelo menos três vezes.

A primeira no dia 30 de julho, ao anunciar exceções ao tarifaço para 694 produtos da pauta de exportações brasileiras para os Estados Unidos, entre os quais produtos agrícolas, veículos, componentes de aviação, metais e fertilizantes, atendendo aos pedidos não somente do governo e empresários brasileiros, mas também, e principalmente, de importadores e empresários norte-americanos que apontaram os prejuízos que tal medida causaria para a própria economia dos Estados Unidos e os impactos que iria acarretar para o nível de emprego e de inflação neste país, por se tratarem de setores críticos da economia.

De acordo com o vice-presidente da República, Geraldo Alkmim, que se encontrava à frente das negociações com os Estados Unidos nessa questão, com esse recuo as exportações brasileiras para os Estados que continuaram atingidas pela tarifa de 50% caíram para 36% de seu total, o que significava, na prática, uma perda de mercado equivalente a US$ 14,5 bilhões para as mesmas de um total das exportações de US$ 40,3 bilhões em 2024.

A segunda ocorreu no dia 14 de novembro depois de Trump ter conhecido Lula e com ele simpatizado, destravando as negociações que se encontravam emperradas entre o Brasil e os Estados Unidos por causa da pressão e desinformação feitas pelos bolsonaristas junto ao governo norte-americano para estancar o processo que contra ele corria no STF sobre a tentativa de golpe de Estado.

Nesse novo recuo, Trump livrou as exportações brasileiras dos produtos agrícolas, como café e chá, frutas tropicais e sucos de frutas, carne bovina e fertilizantes, bananas, laranja e tomates, mas também não se pode ignorar que essa mesma medida foi estendida para vários outros países, da tarifa recíproca adicional de 10% que impôs, em abril, para 185 países. Mas manteve, para o Brasil, a sobretaxa de 40% que havia estabelecido em julho. Apesar dessa redução restrita, foi um passo importante para se avançar nessas negociações com o objetivo de reduzir as tarifas remanescentes para outros setores e também, até mesmo para extingui-las, à medida que as negociações entre o Brasil e os Estados Unidos finalmente começaram a fluir.

A terceira – e mais recente – ocorreu no dia 20 de novembro, quando, por meio de uma nova ordem executiva, retirou a tarifa adicional de 40% imposta a diversos produtos brasileiros, tais como: café (à exceção do café solúvel, industrializados), carne, frutas, como abacate, goiaba, manga, banana, açaí e cacau, além de nozes, água de coco, vegetais, raízes e tubérculos e também o petróleo. Com essa medida, foram mais estimativamente 238 produtos que se somaram aos 694 que haviam sido beneficiados na lista de exceções no dia 30 de julho.

Nem todos os produtos, assim, foram contemplados nessa exclusão, tais como: a indústria de pescados, o mel e diversos produtos industriais, como máquinas e equipamentos, o setor mobiliário, calçados, confecções, e os que permaneceram tarifados com uma taxa de 10%, a exemplo dos aviões da Embraer.

O Ministério de Desenvolvimento da Indústria e Comércio (MDIC), fazendo um balanço da situação dos produtos isentos, semitarifados e tarifados das exportações para os Estados Unidos, estimou que: 36% se encontram livres de tarifas adicionais, que representam 14,3 bilhões dos US$ 40 bilhões exportados em 2024; 22%, ou US$ 8,9 bilhões, ainda estão sujeitos às tarifas estabelecidas na Ordem Executiva assinada por Trump no dia 30 de julho, incluindo neste grupo tanto os produtos que pagam apenas a tarifa extra de 40%, quanto os que pagam os 40% mais a taxa-base de 10%; outros 15% (US$ 6,2 bilhões) continuam sujeitos à tarifa de 10%; e 27% (US$ 10,9 bilhões) às tarifas da Seção 232 dos Estados Unidos, que inclui o aço, o alumínio e o cobre (tarifas de 50%), automóveis e autopeças (25%), produtos de madeira, máquinas e equipamentos, móveis e outros produtos industriais. Portanto, cerca de 64% das exportações brasileira ainda se encontram sujeitas a algum tipo de tarifa adicional imposta durante o governo Trump, indicando que ainda será longo o caminho a ser percorrido nessas negociações.

Embora tenha citado Lula em sua decisão, não se pode afirmar que este novo recuo tenha sido motivado pela empatia que diz ter sentido pelo presidente do Brasil e nem por sua reconhecida capacidade de diálogo. Mais certo é que, diante da situação da economia estadunidense, com a aceleração da inflação, causada pelo tarifaço, o aumento do desemprego e a queda de sua popularidade, Trump tenha acordado para o desastre que está provocando na economia. E, de olho nas eleições de meio mandato para a Câmara dos Deputados e para o Senado, em 2026, esteja procurando corrigir equívocos cometidos em sua administração, como a que diz respeito, entre outros, na economia, ao tarifaço, que se tornou, para ele, um fetiche para solucionar os problemas econômicos dos Estados Unidos, mas que está se revelando um desastre para seu projeto político. Não é sempre que ele sabe o que faz, embora ache o contrário, como gosta de dizer: Trump was right about every thing, o que quer dizer, em português, Trump está sempre certo.


*Doutor em economia pela Unicamp, membro da Plataforma de Política Social e do Grupo de Estudos de Conjuntura da UFES, articulista do Debates em Rede, e autor, entre outros, do livro “Karl Marx: a luta pela emancipação humana e a crítica da Economia Política”, publicado pela Editora Contracorrente, em 2025.






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