Por Ricardo Coelho dos Santos
Foi recentemente, pra todos nós, mostrada
A carne aprovada pela Inspeção!
Estava podre, poluta e estragada!
Era a face política da nação!
Nossa imagem foi destruída, desgraçada
Na carne, mais papel que a Constituição
Que foi desobedecida e desprezada
Às custas do seu consumidor cidadão!
Vou ficar só na banana, arroz e pão
Por conta da desconfiança instaurada
Sem vontade de comer carne no feijão?
E lá fora, depois dessa cruel facada?
Quem acredita no país, agora, então?
Aprendi cidadania a troco de nada?
A ganância superou a cidadania,
A ordem, agora, é ter o lucro certo!
Pouco importa se tal for com vilania!
Mais dinheiro ganha o safado esperto!
E as nossas crianças, então, quem diria?
Aprendem que é do mal que se fica perto!
Presença de honesto prejudicaria,
E de coisa errada, se deve estar aberto!
O futuro, desse país, então seria
Um paraíso pra mafiosos, decerto!
Um inferno que eu jamais imaginaria!
Vamos, então, aceitar o futuro incerto:
Pátria sem a ética que orgulharia,
Ou afundamos nesse lodaçal referto?
Desonestidade se inicia do berço,
Valores, são agora níveis financeiros!
Vou rezar muito! Credos, Glórias… todo o terço
Para nos vermos livres desses embusteiros!
Pregarei a honestidade que exerço
E acredito. São valores prazenteiros!
Assim, então, profundamente adormeço
Como merecem os honrados brasileiros!
Brasileiros feridos! Atos que emudeço
Pasmado, desses sem-vergonhas bandoleiros
De cuja desonestidade, eu padeço!
Manchados na honra, persistamos inteiros!
Somos a maioria. Isso, eu nem meço!
Não mais daremos voz a safados seixeiros!