É praticamente impossível falar de 2017 sem colocar foco na área política. Na verdade, na politicagem de baixo nível e a corrupção desenfreada.
Por bem menos (apesar de justo) tivemos a cassação de uma Presidente, mas o atual Presidente, com evidências de corrupção muito mais concretas, através de um jogo de distribuição de benesses para o Congresso, foi mantido no cargo.
E, o que é uma agravante, muitos políticos deixaram claro que estavam votando a favor da permanência do Presidente frente às benesses (recursos financeiros e cargos) recebidas. Outros, em tom de chacota com o eleitor (a quem devem respeito) explicitaram que faziam isso pois estavam seguindo a posição de seus partidos. Alguns argumentavam junto as suas bases que valeu a pena a postura adotada, pois estavam conseguindo recurso financeiros que estariam alocando nas suas bases, portanto, favorecendo seus eleitores.
A badalada reforma da Previdência - que tinha como foco a ruptura de privilégios - foi barrada (frente a interesses políticos individuais e não aos interesses do país) - detonada que foi pelos mesmos políticos que já haviam recebido as benesses, mas que agora, novamente com espírito puramente eleitoreiro, querem fragilizar o teor da reforma, estabelecendo uma estranha limitação temporal de quem ganha e quem perde no segmento da classe dos funcionários públicos. Este limite temporal deve ser para assegurar que a atual classe política quer preservar privilégios a seus indicados para cargos políticos.
O Poder Judiciário vem fazendo, apesar da natural morosidade das ações, o seu papel de aplicar punição aos corruptos, pelo menos aqueles que foram identificados, nadando contra a contratação/ação de advogados caros que conseguem perenizar as ações até que elas sejam esquecidas ou caduquem. Por parte do grupo da Lava Jato pode-se ver a explícita posição de que sentem que há pressões para que o processo vá progressivamente sendo atenuado.
E como fica a sociedade nisso tudo?
Esta postura, a meu ver, é o grande problema do Brasil, neste momento.
Vai votar tendo em mente as pequenas benesses - mas que para muitos, foram grandes benesses - que receberam de políticos no passado?
Vai optar por um caminho "prendo e arrebento" em estilo que já vimos no passado?
Infelizmente, o cenário atual de candidatos à Presidência não nos dá nenhuma tranquilidade.
Mas, não podemos ficar apenas nas críticas, temos que contribuir com propostas.
Uma delas pode ser - de forma muito objetiva, pois grande parte da sociedade não despende muito tempo em analisar propostas - consolidar uma campanha, via redes sociais, pedindo ao eleitor que depois que a relação de candidatos estiver definida (âmbitos federal, estaduais e municipais) faça uma consulta a sites onde constam os nomes dos fichas sujas e, deste modo, não votem nestes.
Isso certamente não vai resolver o problema na área política, mas vai contribuir para uma sensível e progressiva mudança de cabeças (posturas) no cenário político a partir de 2018.
Qualquer grande mudança pode ser iniciada pela adoção de pequenas mudanças.
Concluindo: não espere que a solução venha dos outros ou pense que a sua ação isolada não vai valer de nada. São pensamentos como estes que estão servindo de cenário para o estado em que se encontra o Brasil.
Não faça parte do problema; procure fazer parte do grupo que pretende oferecer soluções.
Mãos a obra em relação às redes sociais que você interage.
*Professor e Coordenador do Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental e Social/NEPAS
www.nepas.com.br
roosevelt@ebrnet.com.br
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