Adolfo Breder
Há poucos dias participei de uma RODA DE CONVERSA na Zona da Leopoldina, Rio de Janeiro. A palestrante, Aydée Valério, Presidente do Conselho de Assistência deu seu depoimento. Falou sobre a entrega pessoal necessária para que a participação cidadã seja efetiva e da importância das organizações civis no controle dos governantes.

Oportuníssimo tema, quando atônitos observamos para todos os lados e em todas as escalas falcatruas deslavadas de pessoas autorizadas a agir em nosso nome, por crédulos votos digitados nas urnas eletrônicas.
“Do povo, para o povo e pelo povo”: a RES PUBLICA! Assim deveria ser a coisa pública dos pensadores romanos!
Lembrei-me do tempo em que fui diretor da Associação de Administradores e participava das palestras das quartas-feiras, em que o ciclo PDCA era ingrediente constante. Ele, que dita a melhoria contínua dos processos empresariais. Planejar + Desenvolver + Controlar + Agir. Por que não cobrar sua aplicação na Administração Pública?
Candidatos e eleitores devem Planejar. Uns estabelecendo programas que declaram seguir se eleitos; outros escolhendo no cardápio aqueles que melhor atendem à sua expectativa, percebendo-se como razão do Estado.
E se a história do PDCA acontecesse mesmo na política brasileira, uns deveriam Desenvolver aquilo a que se propuseram e outros organizarem-se para Controlar o desempenho dos governantes e associados, avaliando-os criticamente.
Criticamente. Advérbio temido por uns e não usado com constância por outros! No momento estamos boiando na caudalosa torrente de informações sobre os times de gravatas, que imaginávamos cheirando a naftalina, e querem a República dos-para-pelos poderosos.
Quem está satisfeito levanta as mãos: É UM ASSALTO!
A última letrinha do ciclo é A de Agir. Retomando a fala da Aydée, precisamos participar da vida. Da troca. Do embate. Da negociação. Da discussão (Lika, minha mãe dizia: “Da discussão nasce a luz! ”).
Descontrolados estão os marinheiros que colocaram nosso barco à deriva ou somos nós que não assumimos nossos papeis de controladores nas várias instâncias em que podemos atuar? A crise é grave, mas um interessante momento de crescimento da Democracia Brasileira: vamos desmascarar quem atua nas sombras e nos colocar no centro da Ação, fechando o ciclo que, constantemente, deveria retornar ao planejamento e ao controle social, num virtuoso moto contínuo.
Foto: do autor – grafite numa rua do Rio de Janeiro.