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Educação

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28 JUL. 2016

Educação para o Desenvolvimento Sustentável – Parte II


Por: Guilherme Henrique Pereira*

    Em texto anterior registramos o nosso entendimento de que uma revolução na educação brasileira – em termos de abrangência e qualidade - só poderá acontecer se ocorrerem fortes intervenções no nível médio, no superior e na formação de mestres e doutores.

    O viés adotado para a abordagem é o de avaliar a disponibilidade de recursos humanos para o progresso técnico e, conseqüentemente, desenvolvimento sustentável do país. Mas, também, para implementar melhorias do próprio sistema educacional e no desempenho dos estudantes. Neste último caso, é bom lembrar que muitas pesquisas voltadas para identificar elementos que contribuem para o desempenho do aluno, mostram em posição de destaque o apoio familiar e, em especial, o nível de estudos dos pais.
    
    Dito de outro forma: a formação e o estoque de mestres e doutores em um país tem muito a revelar sobre o suporte para a inovação, logo para o desenvolvimento sustentável. Para os países emergentes, como é o caso do Brasil, é fundamental  na determinação do potencial para alcançar os países maduros e que lideram a dinâmica do crescimento mundial. Por esta razão é de muito interesse para formulação de políticas de fomento o diagnóstico da realidade nacional no que se refere à formação de mestres e doutores.

    As mudanças de paradigma tecnológico de produção e comunicação, consolidadas na virada do século, estabeleceram demandas diferenciadas - no mundo todo – em conhecimento e em quantitativo muito mais elevado. Um desafio dramático para o Brasil que partirá de enormes deficiências centradas nos pilares de baixa abrangência - apenas 16% dos jovens 18 a 24 anos matriculados no ensino superior - ; e de pequena participação da graduação na área tecnológica.
    
    As políticas recentes de financiamentos e bolsas contribuíram para a inclusão das camadas mais pobres no ensino superior e ampliaram o número de matriculados, mas em taxas insuficientes para redução significativa do atraso relativo.
    
    Na pós-graduação o atraso brasileiro é ainda maior. Nas últimas duas décadas houve uma extraordinária expansão de novos programas de mestrado e doutorado, mas os dados absolutos de titulados e de titulações por ano ainda demonstram vergonhosa distância entre os indicadores nacionais e os dos demais países. As taxas elevadas de crescimento ficaram concentradas nas áreas de ciências sociais, humanas e a “jabuticaba” – denominada mestrado multidisciplinar  - .  Os números são os seguintes:

                                                         1996        2014   
Programas de mestrado               1.187       3.620
Programas de doutorado                630       1.954
    
    Um crescimento anual da ordem de 6,45% na média para os programas de mestrado, mas mostrando uma preocupante perda de ritmo, já que nos últimos dois anos o crescimento foi de apenas 4,5%. Não foi diferente para os programas de doutorado, 6,5% de crescimento ao ano, mas sem crescimento nos últimos anos da série, 2013 e 2014.

    Dadas as limitações de tamanho para este artigo e, considerando também os seus propósitos, os dados referentes às grandes áreas de conhecimento ditas “Humanas; Línguas, Letras e Artes; Ciências Sociais Aplicadas; e Multidisciplinares” serão agrupados como  conjunto 1. De outro lado, “Engenharias; Biológicas, Saúde; Exatas e da Terra; e Ciências Agrárias” como conjunto 2. Um formato arbitrário, porém uma tentativa de mostrar de maneira rápida a tendência de distanciamento ainda maior das necessidades de pessoal   mais diretamente relacionadas ao sistema de inovação.

    Em 1996 o conjunto 2 representava 69,3% dos programas de mestrado existentes e em 2014 passaram para 52,9%.  Se não bastasse a taxa de crescimento modesta dos programas, há uma tendência clara de emprego  dos recursos disponíveis em determinada direção. Não permite perceber a existência de uma política consciente de formar pessoal para o grande desafio do desenvolvimento sustentável. Se o estoque e a quantidade de titulados atualmente é muito pequena quando comparamos com outros países,  as perspectivas são de atraso ainda maior no futuro, já que a infraestrutura de formação se encolhe em termos relativos.
    
No caso dos doutorados, verificamos que o conjunto 2 representava em 1996 72% dos programas existentes, caindo essa participação para 60% em 2014. Vale, portanto a mesma conclusão expressada para os programas de mestrado. Pode-se afirmar que a pós-graduação cresce razoavelmente no Brasil, e que tal crescimento está concentrado no conjunto 1, indicando que reduz o  atraso nas áreas de humanas e sociais. Dessa forma, é precário para sustentar a competitividade do Brasil no mundo contemporâneo e, seguramente distanciando-se do necessário para reduzir o atraso observado.
    
    Do ponto de vista do número de titulados, pode-se afirmar que houve um crescimento ligeiramente acima do verificado para o número de programas instalados, isto é, houve aumento de produtividade. Em 1996  o Brasil formou 10.482 mestres e em 2014 foram 50.206, um crescimento da ordem de 379% no período. Se consideramos a taxa anual, fica patente a perda de ritmo: 12,9% entre 1997 a 2001 e 5,3% entre 2010 a 2014. Há diferenças significativas entre as áreas de conhecimento, mas na média 30,6% dos mestres titulados seguirão para o doutoramento.
  
    Em 1996 os novos doutores somaram 2.854 e em 2014 16.729, um crescimento no período da ordem de 486,2% ou 15% ao ano. O destaque é o crescimento da área nominada como “multidisciplinar” da ordem de 4011%. Contudo, o que mais preocupa é a perda de velocidade nesse crescimento que caiu para cerca de 8% ao ano nos últimos 5 anos. Quando consideramos os Conjuntos de área de conhecimento, novamente se constata a perda de participação do conjunto 2 de 61,9% dos doutores titulados em 1996 para 51,8% em 2014. Novamente se confirma a ausência de determinação política para o enfrentamento do grande desafio mundial, porém crucial em países que desejam vencer a defasagem negativa em seus indicadores de desenvolvimento, como deveria ser o caso do Brasil.

   

Na comparação internacional, mesmo levando em conta o número total de doutores titulados, a classificação do Brasil é, lamentavelmente, a antepenúltima no conjunto dos países da OCDE: 7,6 por 100 mil habitantes, contra 41,1 no Reino Unido ou 25,1 na Coréia do Sul. O Gráfico acima ilustra bem a posição brasileira.
    
     Assim, é fácil perceber que uma possível arrancada do Brasil em progresso só será possível mediante uma revolução no sistema educacional brasileiro. E tal revolução só acontecerá mediante uma forte política de formação de recursos humanos a partir do nível médio, mas especialmente no nível superior e de alto nível para a pesquisa e desenvolvimento tecnológico.



* Economista, Professor, Doutor em Ciências Econômicas.
Nota: Todos as estatísticas utilizadas neste artigo foram obtidas no relatório de pesquisa sobre “Mestres e Doutores” publicado pelo CGEE e disponível  em www.cgee.org.br
    

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COMENTÁRIOS

  • Postado por: Fernando Macedo
    30 JUL. 2016 às 14:35

    Prezado Mestre Guilherme, parabéns pelos dois artigos. A temática é atraente e pertinente neste momento de necessidade urgente de pensarmos um projeto de Nação. Algumas considerações: a) Não tenho convicção de que faltam mestres e doutores em áreas tecnológicas, da vida e da terra, ou seja, no que você chamou de grupo 2. Reconheço que elas são centrais como você aponta, mas existe um problema que você conhece, mas não abordou: no Brasil, as empresas, ou seja, o setor privado não faz investimentos em CT&I, portanto, contratam poucos pesquisadores. A concepção histórica é de a tecnologia pode ser importada. O que eu quero dizer é que aumentar o número e os investimentos nestas áreas é coerente e defensável, mas não tenho certeza se isto mudará nosso status de subdesenvolvido dada a baixa propensão do empresariado nacional em realizar dispêndios em CT&I. Em relação ao investimento privado, dada a desindustrialização em curso no país, fica mais difícil ainda imaginar que empresários que nunca inovaram vão fazer isso agora. Eles estão migrando para outras atividades, inclusive tornando-se importadores. Creio que só através do Estado e de políticas públicas é que seria possível aproveitar mestres e doutores do grupo 2 num verdadeiro projeto de desenvolvimento que deveria juntar este conhecimento acadêmico com o conhecimento popular. Ou seja, projetos que sejam voltados prioritariamente para solução de problemas concretos de emprego, renda, moradia etc. Creio que uma discussão sobre Tecnologia Social feita pelo professor Renato Dagnino (IG/Unicamp) seria um avanço para pensarmos noutra forma de incorporação do conhecimento em nossa base produtiva e social. Um mostra do trabalho dele está no link http://jornalggn.com.br/noticia/a-economia-solidaria-como-o-novo-bolsa-familia, b) Sei que não o era objeto de seus artigos e por isso não é justo dizer que você desconhece, mas hoje os temas que estão à frente nas discussões da universidade, pelo menos aqui em São Paulo e que apareceu na recente greve, são: papel da extensão universitária, inclusive uma extensão que não seja apenas a relação universidade-empresa ou cursos pagos de especialização mas voltados para demandas sociais; política de cotas; o produtivismo acadêmico e seu efeito sobre as pesquisas; o financiamento da Educação. Outro tema que está presente na sociedade e nos movimento sociais é o debate dos 10% do PIB para a Educação. Para mim, particularmente, um tema importante, é a expansão e interiorização do ensino superior promovido nos governos Lula que merecem reflexões, especialmente porque os cursos neste campi interiorizados deveriam ser voltados para as realidades desses lugares, especialmente a pós-graduação. No mais, Mestre, só posso dizer que você deve continuar escrevendo e fomentando o debate. Isso é muito bom. Mais uma vez, quero registrar que gostei dos dois artigos.
  • Postado por: Pedro José Bussinger
    28 JUL. 2016 às 10:15

    Guilherme, de fato a questão do desenvolvimento sócio-econômico liga-se a fatores estratégicos que projetam para o futuro cenários alterados em relação ao presente, oriundos de intervenções positivas nas instituições definidas como responsáveis pela formação das capacidades humanas, que tocam as diversas políticas que a sociedade demanda. As estratégias para a capacitação educacional e a formação intelectual de estudantes dos ensinos médios, das graduações e pós-graduações são fundamentais para o \"desenvolvimento sustentável\", isto é, o desenvolvimento da sociedade. Vale ressaltar o aporte de recursos econômicos para o setor educacional que visem também os meios técnicos e a formação humana. Incluo aqui a modernização das instituições. Por outro lado, pensando na formação integral dos indivíduos não se deve esquecer do ensino fundamental. Aqui a coisa também pega. A formação da cultura das pessoas começa muito cedo - 4, 5, 6 anos -. São muitos aspectos que a questão demanda. As sociedades que alcançam índices altos de desenvolvimento são culturalmente mais desenvolvidas. Tenho para mim que não é a matemática que cria o matemático, o físico, o engenheiro, o escritor, o poeta, o estrategista, etc., mas a cultura. Para nós a questão traz um desafio político dado o fato de que nossa sociedade é desigual, contraditória. distâncias gritantes de oportunidades. Coloco as coisas de forma geral mas é certo que uma política de incentivos à formação de ensinos avançados (pós-graduações qualificadas e não puramente mercadológicas) são altamente necessárias e urgentes.
  • Postado por: ayle-salassié filgueiras quintão
    26 JUL. 2016 às 19:10

    É grande, hein!.. Guilherme, Suas ponderações fazem emergir temas que parecem óbvios, mas que poucos os enxergam com a clareza que imprime a eles. Assim, são também outros temas emergentes. É preciso que escrevamos artigos para despertar as pessoas. Essa CGEE além de ser responsável pelos dados que você usa, está cheia de doutores, desses que perderam cargo em governo, encostaram-se ou foram encostados. Funciona em Brasília. Produzem muito pouco. Mas é um órgão de estratégias. Acho que tem toda razão ai abrir essa discussão sobre a distribuição de recursos para a educação, e que prioriza descomedidamente o ensino fundamental. Isso não deveria ser nem assunto para se discutir mais. Mas, é ainda um problema. Contudo já deveria ser pacífico, estar resolvido, consolidado, não sendo mais uma prioridade, mas algo incorporado à vida cotidiana de uma nação, incluindo as novas tendências pedagógicas e as inovações. Agora , a legislação divide a responsabilidade com a família. Estrategicamente deveria ser cobrado mais das famílias. O Estado comporta-se conforme a ideologia de plantão. Quer assumir sozinho a educação básica, configurando a educação como um aparelho ideológico (AIE), argumenta Louis Althusser. No meu entender a educação básica deveria visar dar à criança uma visão dela como ser humano, e o mundo como a sua habitação, mesmo antes da própria casa: esse é o lar, os lócus familiar , que é uma célula social. Ensinar a criança a ver o mundo poeticamente, ou seja interagir com ele autosustentavelmente desde os anos tenros. Já a clientela do ensino médio requer uma atenção específica, porque se trata de um momento de passagem delicado: é a base da maturidade. Passar do estado de descompromisso para o de incorporação de responsabilidades adultas, diria que é um processo indigesto, sobretudo porque esse é o nível de formação da personalidade, de compreensão e inserção mundo. Essa faixa de idade é bombardeada de todos os lados, e é ela que carrega a mudança do pensamento geracional . A formação de mestres , doutores, especialistas, gestores encontra o sujeito formativamente em outro patamar. Ele agora já é parte do mundo, e precisa se situar profissionalmente. A inserção no espaço do trabalho ou da ciência exige maturidade e estabilidade emocional, porque é definitivo: dali para o fim. Tende-se para as áreas supostamente de aprendizado mais fácil – ciências humanas, sociais literatura, artes . Ora, se temos governo que nos conduz como “servo arbítrio”, ele precisa sim apontar caminhos, incentivar e apoiar, prioritariamente, as áreas que, não apenas amparam a sustentabilidade , mas que nos induzem à produtividade e à competitividade , base liberal, de difícil contestação no estágio de globalidade em que nos encontramos. Concordo com você que o desafio é o desenvolvimento sustentável. A formação para o trabalho ou para a ciência deve revelar, prioritariamente, um planejamento para a sustentabilidade ou seja, a viabilidade de uma sociedade, de uma nação, de um País. É uma linha de raciocínio que não parece seduzir os “decisions makers”. É mais fácil trabalhar com o óbvio, embora ele seja de uma complexidade extraordinária, porque reflete o pensamento de uma sociedade sobre ela mesmo. É o senso comum, e não a lei, que da’legitimidade à existência. Faltam-nos profissionais, mas sobretudo conhecimento e criatividade: bases compreensivas da multidisciplinaridade da existência e capazes de reconfigurar a vida material. Ser provinciano, defrutar do livre arbítrio, acho hoje até uma alternativa existencial, e que não requer formação acadêmica. Mas se queremos acessar os meios que tornam a vida mais fácil, menos pesada precisamos sim transitar não apenas por tecnologias competitivas, como também por idéias inovadoras que resultem naquela materialidade. Mas, eu sou da área de ciências humanas, não saberia, como você, distribuir com equidade (priorizando áreas a particir de uma raciocínio filosófico) os recursos disponíveis. Se eles são que sustentam a felicidade, então é preciso maximar os resultados da sua distribuição e aplicação. Isso é você quem sabe fazer, não como jornalista: como economista. Acho que tem de enviar seu artigo lá para o CGEE. Eles são estrategistas. Deveriam ver isso antes de você. Abraços Aylê-Salassié

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