• Anuncie
  • |
  • Responsáveis
  • |
  • Fale Conosco
  • |
Logomarca Debates em Rede Logomarca Debates em Rede
  • CAPA
  • ECONOMIA
    • Artigos
    • Infraestrutura e Logística
    • Inovação
  • POLÍTICA
    • Artigos
    • Notícias
  • CIÊNCIA
    • Artigos
    • Biológicas
    • Entrevistas
    • Sociais
  • POLÍTICAS SOCIAIS
    • Artigos
    • Educação
  • AMBIENTAL
    • Artigos
  • RESENHAS
    • Artigos
  • CULTURA
    • Artes
    • Crônicas & Contos
    • Vinhos
  • VÍDEOS
  • ANUNCIE
  • EXPEDIENTE
  • FALE CONOSCO

Artigos

  1. CAPA
  2. ›
  3. Economia
  4. ›
  5. Artigos

24 MAR. 2017

Brasil: a recessão no retrovisor?

Por Fabrício Augusto de Oliveira*

A divulgação pelo IBGE dos resultados do PIB de 2016, confirmando que houve uma contração da renda nacional de 3,6%, praticamente reeditando a queda de 3,8% registrada em 2015, revelou que a economia brasileira conseguiu produzir uma das piores recessões de sua história entre o segundo trimestre de 2014 e 2016, com queda acumulada de 9,1% na renda per capita dos brasileiros, só superada pela recessão do início da década de 1980, quando este tombo chegou a 12,6%.

Nunca na história do Brasil registrou-se uma recessão tão prolongada, acompanhada de uma taxa de desemprego formal de 12% em dezembro, ou mais de 20% se se incluem, neste contingente de desocupados, os que estão vivendo de bicos e os que desistiram, por desalento, de batalhar por uma nova vaga de trabalho. Apesar disso, o governo e os representantes do mercado acreditam que o pior já tenha passado e que o país já reiniciou uma nova caminhada rumo à recuperação e ao crescimento econômico, deixando para trás o inferno da recessão produzida por políticas inconsequentes e irresponsáveis do governo anterior.

Alguns números da economia deste início de 2017 parecem confirmar o otimismo que o governo tem procurado transmitir para a população sobre o início desta nova era como obra exclusivamente da nova política econômica implementada pelos “gênios” da economia: a indústria voltou a emitir alguns (ainda fracos) sinais de que continua viva, enquanto o mês de fevereiro registrou contratação líquida de 34 mil novos empregos formais e a confiança dos empresários, bem como dos consumidores, têm conhecido algum nível, ainda que modesto, de elevação.

Há mais fatores que são apontados para uma possível melhoria deste quadro: a inflação se encontra em queda livre, tendo se aproximado, nos últimos doze meses, do centro da meta, pondo cobro a um dos mecanismos que mais prejudicam a vida e a renda dos que recebem salários; com o objetivo de estimular o consumo (de forma contida), o governo liberou para saques por seus titulares as contas inativas do FGTS, esperando injetar R$ 30 bilhões na economia; o leilão de privatização (chamada de concessão) dos aeroportos atraiu investidores, embora não na dimensão pretendida, gerando receitas adicionais para o governo de US$ 3,7 bilhões, com ágio de 23%, tomado como indício inequívoco de credibilidade da política econômica; o front externo continua favorável, com o déficit em conta corrente reduzido, nos últimos doze meses, a 1,3% do PIB em janeiro; a economia internacional, especialmente a economia norte-americana projeta melhor desempenho para 2017, apesar das dúvidas reinantes sobre a economia chinesa. 

Estranhamente, no entanto, o Ministério da Fazenda reduziu, no dia 21 de março, a expectativa de crescimento econômico para este ano de 1% para 0,5%, aproximando-se das projeções do mercado, caminhando em direção contrária ao que seria esperado diante deste cenário mais animador que tem sido desenhado pelas autoridades governamentais. Disso se pode inferir que o governo ou está enganando a população ou está perdendo a convicção de que a atual política econômica poderá não gerar os resultados esperados.

A verdade é que os espasmos de vida que se tem registrado na atividade econômica são inconsistentes e podem ter vida breve porque resultantes muito ainda da melhoria das expectativas que ocorreu com a troca de governo e dependente, para ter continuidade, do avanço de algumas reformas anunciadas, ainda que limitadas para este propósito. Os efeitos do primeiro caminham para o fim e, pelo andar da carruagem, dificilmente as reformas propostas, mesmo que insuficientes, conseguirão prosperar no atual governo a ponto de manter acesa essa chama.

O fato, tirante a queda da inflação pela asfixia a que foi submetida a atividade econômica, e as pequenas doses de remédios ministradas para dar alguma força ao consumo, mas que devem ser usadas para saldar dívidas, muito pouco se fez, até o momento, para reverter a queda espetacular de 4,2% do consumo e de 10% dos investimentos registrados em 2016, os principais motores do crescimento. Como estes demandam mais ações que a mera manifestação de otimismo demonstrada pelo governo para reagir, não será nenhuma surpresa que o país continue, ainda por mais algum tempo, se não no inferno da recessão, no mínimo no purgatório da estagnação. 

 *Doutor em economia pela Unicamp, membro da Plataforma de Política Social, articulista de Debates em Rede e O Beltrano, e autor, entre outros, do livro “Política econômica, estagnação e crise mundial: Brasil, 1980-2010”

POSTAR UM NOVO COMENTÁRIO

COMENTÁRIOS

Não há comentários postados até o momento. Seja o primeiro!

LEIA TAMBÉM


Economia| 15 MAI. 2025 Lula, Galípolo e a taxa de juros
Economia| 17 ABR. 2025 OS LIVROS, A MAGIA DA FICÇÃO, E O QUIXOTE
Economia| 17 ABR. 2025 A guerra comercial suicida entre os Estados Unidos e a China: um balanço
Economia| 14 ABR. 2025 A tarifa mercantilista de Trump
Economia| 07 ABR. 2025 Trump, o mercantilista
Utilizamos cookies para que você tenha a melhor experiência do nosso site. Ao contínuar navegando em nosso site, você concorda com o uso de cookies.  Saiba mais.
Eu concordo
  • CAPA
  • ECONOMIA
  • POLÍTICA
  • CIÊNCIA
  • INOVAÇÃO
  • AMBIENTAL
  • RESENHAS
  • CULTURA
  • VÍDEOS
  • ANUNCIE
  • RESPONSÁVEIS
  • FALE CONOSCO
Logomarca Debates em Rede

É um espaço para quem gosta de escrever, de ler e de ter opiniões bem fundamentadas sobre economia, política, ciências, inovação e outros temas que afetam o cotidiano das pessoas, sempre por meio de artigos, notas, comentários e informativos facilitadores do debate e da reflexão. Ao leitor há sempre espaço reservado para interagir com os articulistas, basta registrar o comentário ao final do texto.

RECEBA NOSSOS INFORMATIVOS

FIQUE CONECTADO

© 2025 DEBATES EM REDE | Política de Privacidade

ClickAtivo Desenvolvimento de Seftware