Por Ricardo Coelho dos Santos
Atenção, atenção, atenção. E atenção!
Eu estou prevendo uma imensa confusão!
Daqui a pouco, no próximo mês de outubro
Nós teremos no país mais uma eleição!
O tal do candidato da situação
Inexiste: essa é a minha opinião!
Quem sabe que um dia desses eu descubro
Que errei e ele não é de ficção!
E a nossa tão festejada oposição
Com bandeira estrelada com prata mais rubro
Não escapa nem de uma injusta delação!
Eu temo que tamanha insatisfação,
Que foi gerada a partir de só um delubro,
Venha a se tornar uma fatal explosão!
Cuidado, cuidado, cuidado. E cuidado!
Não há senador, prefeito ou um deputado
Que não esteja acusado de improbidade!
Todos estão no olho de algum delegado!
O pior é que votar nos é obrigado!
Quem não vota, será, pela lei, castigado,
Forçando assim partícipe assiduidade
De tão imenso brasileiro eleitorado.
Vota desde o certo, e até o desviado,
Votará todo o estado, toda a cidade:
Do analfabeto até o magistrado!
O honesto terá de votar enojado,
O desonesto, pleno da felicidade
Certo de seu candidato ser coroado!
Cautela, cautela, cautela. E cautela!
A nossa nação já deixou de ser aquela
Onde se previa um brilhante futuro!
Esse presságio foi a mais pura balela!
Deixamos de ter Justiça, a quem se apela.
Nossa situação deixou de ser tão bela.
A economia se tornou gigante furo!
O país não sorri mais: se tornou banguela!
O povo defenestrado que nem cadela,
Prenha desses cães que a curraram atrás do muro,
Espera, duma revolta, sua chancela:
Está tão cansado de escutar chorumela
E de viver somente em um quarto escuro
Pode vir se revoltar com faca e cutela.
Ai de nós, ai de nós, ai de nós. Ai de nós!
Caçaram do nosso futuro a boa voz!
Triste do país, com seu povo indignado,
Triste a nação, do estrangeiro, alfoz!
Tenho medo do Brasil voltar ser atroz,
Pois, não se enganem, nós estamos todos sós!
Sem Justiça, ele será fragmentado,
A nossa terra virará um colcoz!
A nação amiga se tornará algoz,
O povo desunido será malquistado,
E nossa política ficará feroz!
Só o caos, que nós aprenderemos após,
Se nosso povo vier a ser educado,
Para tirar da cabeça seu avelós!