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17 ABR. 2025

A guerra comercial suicida entre os Estados Unidos e a China: um balanço

Por Fabrício Augusto de Oliveira*


A guerra comercial travada entre os Estados Unidos e a China não é nova, mas se intensificou a partir do dia 02 de abril, quando o presidente dos Estados Unidos, anunciou com grande pompa, no que chamou de “Dia da libertação”, as tarifas adicionais que seriam aplicadas nas importações norte-americanas para diversos países, entre os quais a China, para o qual seria fixado um percentual de 34% que se somaria à já existente de 20%. Em resposta, como retaliação a essa medida, a China também aumentou, no dia 04 de abril, a tarifa imposta às exportações pelos Estados Unidos em 34%. Foi o início de uma guerra que atingiu níveis inauditos de irracionalidade e pânico nos mercados e na economia mundial.

Trump, apegado aos mantras de “atacar, atacar e atacar”, “mentir, mentir, mentir”, e “nunca admitir que foi derrotado”, como retratado na sua biografia no filme “O Aprendiz”, acostumado, assim, a não ceder, dobrou a aposta nessa política e aumentou a tarifa sobre os produtos chineses importados para 84% (104% no total), no dia 09 de abril, ao que a China respondeu com a elevação do mesmo percentual de 84%, em 10 de abril, praticamente selando a interrupção do comércio externo entre os dois países. Insatisfeito com a resposta chinesa, que considerou um “desrespeito”, Trump, desafiando o imponderável, voltou a aumentar a tarifa para a China, no dia 10 de abril, para 125% (145% no total), recebendo o troco imediato dos chineses que aumentaram a sua no mesmo dia, embora afirmando que não mais responderão a novas tarifas impostas pelos Estados Unidos por acreditarem, provavelmente, que nessa guerra suicida, nenhum comércio entre os dois países será mais possível.

O presidente da China, Xi Jinping, teve razão em pôr um ponto final nessa guerra e em deixar Trump se considerar vitorioso, mesmo também derrotado, pois, nas suas palavras, “não existem vencedores numa guerra tarifária”. Para Trump, no entanto, mesmo provocando uma recessão no mundo, da qual não escaparão também os Estados Unidos, ele teria ganho a batalha, podendo, agora, dedicar-se à tarefa prazerosa de cuidar de seus “lindos cabelos”. Um imbecil, ou, de forma mais rigorosa, um estúpido em termos de escolhas econômicas, mas que foi eleito pelo povo americano para comandar o país por mais quatro anos.

Não sem razão, o Congresso norte-americano começou a se mover para limitar sua autonomia na edição de atos executivos, com os quais tem decretado essas medidas insanas prejudiciais para a economia mundial e para o seu próprio país, além de estar garantindo, com as mesmas, ganhos substanciais para seus protegidos e amigos nas operações de bolsa e de câmbio com o seu vazamento, conforme denúncia de parlamentares do Partido Democrata. Se vão conseguir sucesso nessa empreitada é algo a se conferir, considerando a maioria republicana tanto na Câmara dos Deputados como no Senado Federal. De qualquer maneira, representa um bom sinal para identificar as reais intenções que estão por trás das “loucuras” que vem fazendo.

Também os empresários que apoiaram e financiaram a campanha de Trump têm exercido uma forte pressão para que reveja sua política, incluindo os proprietários das big techs, entre os quais o próprio Elon Musk, seu principal parceiro de primeira hora e companheirão dessa jornada lunática, diante dos prejuízos que têm sofrido com a mesma. É a velha história que diz que quando a conta cai no nosso bolso, o esperneio se torna inevitável. Mesmo dos aliados e amigos e, até mesmo, a recorrer à justiça contra o seu tarifaço.

Diante dessas pressões, Trump recuou taticamente em sua política, para não ter de admitir que foi derrotado, e limitou as tarifas “recíprocas” em 10%, suspendendo por noventa dias a entrada em vigor das novas tarifas para 57 países que haviam sido taxados com mais de 10%. Embora mantendo a China fora dessa possibilidade, o argumento que usou foi o de que estes países anunciaram a disposição de buscar soluções para disputas comerciais com os Estados Unidos. Embora os mercados mundiais tenham respirado com essa decisão, parecia claro que uma solução para a guerra travada com a China teria de ser encontrada. 

Poucos dias depois, ainda sem admitir ter errado, Trump deu alguns passos para trás em relação à China e isentou alguns produtos chineses da tarifa de 145% a eles impostos, caso dos semicondutores, dos smartphones, computadores e outros produtos eletrônicos. Irredutível, no início, contra esse país que considera o principal inimigo dos Estados Unidos, em termos de liderança e hegemonia mundial, parece ter sucumbido aos apelos de empresários norte-americanos e aos prejuízos que causaria para os consumidores e para a própria atividade econômica de seu país, caso mantivesse intacta a sua política original. Não deixou de continuar, como é de sua natureza, mantendo a ameaça de que esses produtos, em especial os semicondutores, ainda podem ser alvos de tarifas alfandegárias específicas. Conversa, para não “dar o braço a torcer”.

Os produtos chineses que, com isso, saíram da lista negra trumpista, representam cerca de 20% de todas as importações que os Estados Unidos fazem da China, de acordo com dados da alfândega americana. Não é muito, mas tratando-se de Trump, esse “passo para trás” pode ser visto como mais um indício de que começa a cair na real da tolice que cometeu, e de que outros recuos ainda poderão acontecer, num momento em que a China, tendo desistido de manter relações com os Estados Unidos em meio à ofensiva tarifária de Washington, começa a se mover em busca de outros mercados, como os do Sudoeste Asiático e os da América Latina.

Para a China, embora importante este “passo para trás”, ele é insuficiente para não prejudicar o comércio internacional e os danos causados principalmente aos países em desenvolvimento, “especialmente aos menos desenvolvidos”. Por isso, continuou mantendo a exigência de que sejam “canceladas completamente as tarifas alfandegárias recíprocas para evitar uma crise humanitária”. Desde então, essa guerra parecia ter estacionado neste ponto, à espera dos próximos movimentos dos Estados Unidos. 

Todavia, ainda no dia 15 de abril, mesmo com os recuos ocorridos, provavelmente para não deixar a China pavoneando-se de suas retaliações, a Casa Branca anunciou o aumento das tarifas para este país para 245%. Um aumento novamente sem o menor sentido, mesmo porque a China já declarou que não mais responderá a essas provocações insanas vindas de alguém que se considera o Imperador do mundo.


* Doutor em economia pela Unicamp, membro da Plataforma de Política Social e do Grupo de Estudos de Conjuntura da UFES, articulista do Debates em Rede, e autor, entre outros, do livro “A Economia Política Clássica: a construção da economia como ciência”, publicado pela Editora Contracorrente, em 2023.





  


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